Segunda-feira, 14 de Outubro de 2024
XXVIII Semana do Tempo Comum – Ano B
Gl 4, 22-24.26-27.31-5,1; Sal 112; Lc
11, 29-32
No Evangelho
de hoje, Jesus pronuncia uma palavra devastadora: “Esta geração é uma geração
perversa...”. Se Ele disse isto aos Seus ouvintes há 2000 anos, ainda mais se aplica
a nós hoje! As guerras, a exploração da natureza, a persistência da pobreza e
da fome em grande parte do mundo, uma economia global injusta... deixam-nos
tristes e até deprimidos. E nem nós, católicos, estamos a viver uma fase de optimismo.
Há muita incerteza na Igreja sobre como lidar com a mudança. A compreensão do
casamento e da família, a protecção da vida por nascer, a dignidade e a
inviolabilidade do ser humano até à morte natural, etc. O que antes parecia
claro, de repente tornou-se obscuro.
Uma Igreja
missionária deve enfrentar a realidade. O organismo mundial sofre de muitas
doenças. Sem diagnóstico, não há cura. Por isso, é nosso dever contrariar as
tentativas de vender o branco pelo preto e o preto pelo branco à luz do
Evangelho. Os valores do Evangelho são claros e permitem-nos fazer um
julgamento: “Esta geração é perversa!” Jesus também o diz de forma muito clara
e apodíctica.
Gostaríamos
também de um sinal. Na Igreja, há um grande desejo de uma “poção mágica”, como
na banda desenhada “Astérix e Obélix”. Um gole e nós, cristãos, voltaríamos a
ter sucesso... Alguns na Igreja querem voltar aos velhos tempos, outros querem
ser “modernos” e adaptar-se ao espírito dos tempos: nenhum deles nos levará ao
futuro.
Às gerações
de há 2000 anos, que pediram sinais milagrosos mundanos para terem sucesso,
Jesus responde com um apelo ao arrependimento. Para onde se deve virar a
geração perversa? Para Jesus! Ele aponta para Si próprio: “Aqui está quem é
maior do que Salomão! Aqui está quem é maior do que Jonas! Aqui está Aquele que
abre a porta do coração do Pai.”
Só podemos mudar o mundo se nos convertermos a Jesus e ao Seu “programa”. Naturalmente nós, cristãos, queremos mudar, melhorar e curar este mundo terreno. Jesus também o fez. Mas o sucesso terreno é temporário. Jesus realiza a plenitude da redenção através da Sua morte. A verdadeira coisa que Jesus quer trazer a um mundo tão cheio de miséria é o amor e a justiça. Ou, para usar as suas palavras: “O meu reino não é deste mundo” (Jo 18, 36).
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