Sexta-feira, 31 de Outubro de 2025
XXX Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)
Rm 9, 1-5; Sl 147; Lc 14, 1-6
São Paulo, escrevendo aos Romanos, exprime uma dor profunda e permanente,
uma angústia constante no seu coração pelo seu povo, os israelitas. Ele conta
os imensos privilégios que lhes foram concedidos: a adopção como filhos, a
glória divina, as alianças, a promulgação da lei, o culto e as promessas. No
entanto, apesar de tudo isto, muitos não tinham reconhecido o Messias, Jesus
Cristo, que provinha da sua linhagem.
A dor de Paulo é palpável. É uma dor que não nasce de um julgamento, mas
de um amor profundo e de um desejo ardente pela sua salvação. Esta passagem
recorda-nos que a missão não é um exercício clínico e distanciado. Nasce de um
coração que se preocupa profundamente, um coração que sofre por aqueles que
ainda não encontraram o amor transformador de Cristo. Chama-nos a olhar para
além da nossa zona de conforto e a sentir a fome espiritual dos que nos
rodeiam, próximos e distantes.
No Evangelho
de Lucas (14, 1-6), conta-se a história de um homem que sofre de hidropisia
e que Jesus encontra num Sábado. Os chefes religiosos observam-n’O atentamente,
ansiosos por encontrar falhas. Mas, Jesus, com a Sua compaixão e sabedoria características,
faz uma pergunta simples, mas profunda: «É lícito ou não curar ao sábado?» O
silêncio dos doutores da lei e dos fariseus é eloquente. Jesus cura então o
homem, demonstrando que os actos de misericórdia e compaixão transcendem até as
mais rigorosas interpretações da lei. Isto recorda-nos que os missionários da
esperança quebram diariamente as barreiras da indiferença e do legalismo para
trazer a cura e a plenitude.
Os missionários
da esperança não se limitam a proclamar grandes verdades teológicas, mas a
encarnar o amor de Cristo de forma tangível. São chamados a ver o sofrimento do
próximo e a responder com compaixão, mesmo quando isso é incómodo ou desafia o status
quo.
Ao concluirmos
este Mês Missionário, levemos estas reflexões nos nossos corações. Todos nós
somos chamados a ser missionários da esperança. Esta não é uma tarefa reservada
aos padres, às religiosas ou àqueles que viajam para terras distantes. É a
vocação de cada cristão baptizado.
Saímos desta
Missa renovados no nosso compromisso de sermos missionários da esperança entre
todos os povos. Que as nossas palavras e acções reflictam o amor e a compaixão
de Cristo. Sejamos portadores da luz na escuridão, oferecendo uma razão de
esperança a um mundo que dela necessita desesperadamente.
Que o Senhor
nos abençoe e nos fortaleça na nossa missão. Amén.
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