Outubro Missionário - Dia 12

 


Sábado, 12 de Outubro de 2024

XXVII Semana do Tempo Comum – Ano B

Gl 3, 22-29; Sal 104; Lc 11, 27-28

 

Que dizer da nossa devoção a Maria, Mãe de Deus? É um fenómeno psicológico normal: se somos “fãs” de alguém, desenvolvemos automaticamente uma devoção pela mãe. Por outras palavras, quando o filho se torna uma estrela, isso afecta automaticamente a mãe, como mostra a história familiar de Elvis Presley, Michael Jackson ou Elton John...

 

Mas o nosso Senhor e Salvador não queria ser um “Jesus Cristo Superstar” ao estilo de Andrew Lloyd Webber, nem queria isso da Sua mãe ou dos Seus discípulos. Ser adorado exteriormente foi sempre muito pouco para Ele. No entanto, não o rejeitou porque não veio para combater os fenómenos psicológicos naturais, mas elevá-los ao sobrenatural. Por isso, não Se defende da adoração pessoal, da simpatia e da “adulação” que Lhe são dirigidas. Deixa que a multidão O acolha como um herói quando entra em Jerusalém. Mas a razão pela qual vai a Jerusalém não é para estabelecer um culto estelar à sua volta, mas para fazer com que o soldado que Lhe trespassou o coração na cruz diga: “Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!” (Mc 15, 39). E, a partir desse momento, milhões e milhares de milhões de pessoas professarão a fé n’Ele.

 

Podemos e devemos amar Maria com todas as nossas forças. O feminino e o maternal também desempenham um papel importante, porque cada pessoa tem uma relação especial e naturalmente terna com a sua mãe. Isso é permitido! Sim, o seu ventre é abençoado, porque lhe foi permitido carregar dentro de si o que os céus não podem conter. Sim, o seu ventre é abençoado porque lhe foi permitido amamentar com o seu leite materno Aquele que quer tornar-Se alimento para todos nós na Eucaristia. Jesus encarnou para poder acariciar esta mulher como uma criança, que mais tarde nos daria como mãe na cruz. O Vaticano II diz d’Ele: “Trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano” (Gaudium et spes, 22).

 

O natural é a condição prévia do sobrenatural. Se amamos Jesus, amamos automaticamente aquela que tornou possível a Sua incarnação e que O serviu como nenhum outro ser humano. Mas uma “adoração” de Maria seria muito pouco. Jesus quer o discipulado, Jesus quer a imitação. São Bernardo de Claraval (+1153) diz: “Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria. Que ela não se afaste dos teus lábios, não se afaste de teu coração.”

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