Quinta-feira, 3 de Outubro de 2024
XXVI Semana do Tempo Comum – Ano B
Jb 19, 21-27; Sal 26; Lc 10, 1-12
Jesus envia os apóstolos e notamos que aqui é mencionado um número invulgar: não são 12 apóstolos, mas 72. Todas as crianças sabem que os apóstolos eram 12. Doze representa a plenitude humana partindo das doze tribos de Israel. O número é tão importante que, após a traição e a morte de Judas, antes do Pentecostes, Matias é acrescentado como o décimo segundo. O número tem um papel importante até na Igreja actual, uma vez que o Papa assegura que haja sempre cerca de 120 cardeais com menos de 80 anos, ou seja, autorizados a eleger o Papa.
Lucas descreve o envio dos discípulos e é simplesmente surpreendente o facto de serem 72, não apenas 12, mas 5x12. É possível que o sábio Lucas esteja a aludir aos 72 sábios judeus que se diz terem traduzido a Bíblia hebraica para grego, razão pela qual esta tradução se chama simplesmente “Septuaginta”, que significa “setenta”.
72 também significa simplesmente que não são APENAS os 12 apóstolos, que são chamados por nome em muitos lugares nos Evangelhos. Isto tem a ver connosco, cristãos de hoje: é errado pensar que só os bispos, só os padres, etc. são enviados. O Magistério da Igreja, os papas, especialmente Francisco, não se cansam de dizer que TODOS os baptizados já têm uma missão em virtude do seu baptismo.
Estamos no Mês Missionário de Outubro e o Evangelho é um exame de consciência: estamos conscientes de que temos uma missão? Estamos conscientes de que dar testemunho do Evangelho pode custar-nos a honra? Pode custar-nos tempo e dinheiro? Pode custar-nos opressão? E que devemos esperar rejeição e escárnio? Deixemos de ficar de braços cruzados e de atribuir a culpa do declínio da fé cristã aos outros.
Eu próprio devo finalmente fazer alguma coisa, fui escolhido pelo Senhor desde o baptismo, sou um dos 72, a quem o Senhor continua a dizer: “Vai, Eu Te envio!”
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