Quarta-feira, 29 de Outubro de 2025
Irmãos e irmãs, amados filhos de Deus, olhai à vossa volta. Vede os
rostos cheios de esperança, de saudade, da força tranquila que nos faz avançar
todos os dias. Sintam o bater dos vossos corações, um ritmo de vida que vos foi
dado como um dom precioso. Hoje, estamos na presença da maravilha, olhando para
o coração sem limites do nosso Criador. Que as palavras que acabámos de ouvir
nas leituras deste dia não soem apenas nos nossos ouvidos, mas ressoem nas
profundezas do nosso ser, despertando um sentido de maravilha que mudará para
sempre a forma como vemos o mundo e o nosso papel no contexto do Ano Jubilar da
Esperança, durante o qual somos convidados a ser missionários de esperança.
Neste ano jubilar de
esperança, estes suspiros assumem uma nova dimensão. Não são apenas o eco das
nossas lutas individuais, mas também do anseio colectivo da humanidade pela
cura, pela reconciliação, pelo cumprimento das promessas de Deus. Este momento
é um convite a escutarmos mais intensamente essa voz interior, os sussurros do
Espírito que nos guiam para uma maior esperança, para uma compreensão mais
profunda da vontade de Deus, para as nossas vidas e para o nosso mundo. Este
ano recorda-nos que, mesmo quando nos sentimos sem voz perante desafios esmagadores,
o Espírito de esperança intercede por nós, levando os nossos desejos mais
profundos ao coração de Deus.
O convite do Evangelho
de Lucas a “esforçarmo-nos” incita-nos a não sermos complacentes, a não
tomarmos este ano de graça como garantido. Lembra-nos que a esperança não é uma
espera passiva, mas um compromisso activo com a vontade de Deus. Somos chamados
a avaliar as nossas vidas, para nos assegurarmos de que estamos verdadeiramente
a percorrer o caminho da rectidão, do amor e da justiça. A «porta estreita»
pode ser vista como o esforço concentrado necessário para abraçar o poder
transformador deste Jubileu, para abandonar velhos hábitos e abraçar as novas
possibilidades que Deus nos oferece.
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