15 outubro 2025

dia 15 - outubro missionário 2025

 

Quarta-feira, 15 de Outubro de 2025

XXVIII Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

S. Teresa de Jesus, virgem e doutora da Igreja – MO

Rm 2, 1-11; Sl 61; Lc 11, 42-46

No Evangelho de hoje, tirado de Lucas 11, 42-46, Jesus segue firme nas Suas advertências contra os fariseus, denunciando a sua hipocrisia e rigidez legalista. A expressão “Ai de vós”, frequentemente utilizada pelos profetas, evidencia a indignação de Jesus diante da postura dessas autoridades religiosas, que se preocupavam mais com a observância externa da lei do que com a justiça e o amor de Deus. Os fariseus vestiam-se com o manto da bondade para aparentar justiça e piedade, mas escondiam a dureza dos seus corações. Obcecados pelo cumprimento rígido da Lei, negligenciavam o essencial: o amor e a misericórdia.

Jesus repreende-os porque a sua religiosidade era superficial e vazia, voltada para a exibição e o reconhecimento social, em vez de para uma verdadeira conversão do coração. O rigor legalista no cumprimento de detalhes insignificantes não os tornava justos diante de Deus, pois ignoravam o que realmente importava: o amor ao próximo e a vivência sincera da fé.

A Lei de Deus, conforme ensina o profeta Miqueias, exige justiça, misericórdia e humildade (cf. Mq 6, 8). O direito deve amparar os pobres, os indefesos, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros. Amar a Deus implica colocar-se ao serviço dos mais necessitados, estendendo-lhes a mão com benevolência e compaixão. No entanto, os fariseus distorciam essa verdade, preocupando-se mais com a exibição pública da sua religiosidade do que com a transformação interior. Pagavam o dízimo até mesmo sobre pequenas ervas aromáticas para demonstrar um cumprimento minucioso da Lei, mas negligenciavam o que realmente importava: a justiça e o amor. Jesus adverte-os sobre essa incoerência entre o exterior e o interior, comparando-os a sepulcros não sinalizados, que por fora parecem inofensivos, mas ocultam a morte e a impureza, nos quais as pessoas pisam sem perceber. Essa imagem forte alerta-nos sobre o perigo de uma vida de aparências, onde o exterior pode até ser belo, mas o interior permanece endurecido, vazio de amor e de Deus.

Cristo convida-nos à mudança de vida e à verdadeira conversão do coração. A nossa fé não pode limitar-se a gestos exteriores, mas deve brotar de um coração renovado pela misericórdia divina. Vivemos numa sociedade que valoriza o que é superficial, onde a estética muitas vezes se sobrepõe à ética, e a vaidade ocupa o lugar da verdade. Muitos preocupam-se excessivamente com a imagem que dão de si ao mundo, mas esquecem-se de cultivar um coração puro, recto e sincero diante de Deus. Esse modo de viver conduz a uma espiritualidade rasa, marcada pelo “faz de conta”, onde os valores morais e espirituais são deixados de lado em nome da aparência.

Que Deus nos conceda a graça de uma fé autêntica, que transborde em obras de amor, justiça e misericórdia. Que a nossa vida e missão sejam reflexo da Boa Nova do Evangelho, e que, no meio de um mundo sedento de verdade, sejamos sinais vivos da presença de Cristo, irradiando a Sua luz e o Seu amor a todos.

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