Sábado, 11 de Outubro de 2025[1]
XXVII Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)
Jl 4, 12-21; Sl 96; Lc
11, 27-28
Para reflectir sobre o breve trecho do Evangelho de
hoje, precisamos de recordar o exorcismo que Jesus realizou de um demónio mudo (Lc
11, 14) e o espanto que causou nas multidões. Em seguida, as palavras de Jesus
como resposta àqueles que queriam pô-l’O à prova suscitaram a aprovação
entusiástica de uma mulher. Pois, Jesus falava com autoridade, mais ainda
porque confrontava a incredulidade de muitos entre os que lhe ouviam.
As palavras da mulher expressam um típico louvor,
conhecido no judaísmo, de proclamar a bem-aventurança de uma mãe para expressar
admiração por um filho. Jesus responde proclamando a bem-aventurança dos fiéis
que, ouvindo e guardando a palavra de Deus, compartilham os Seus desejos,
conhecem o Pai pela profunda experiência de fé (Lc 8, 21) e são capazes
de lutar contra o retorno das forças do mal. Seguramente, a comunidade de Lucas
beneficiou bastante desse testemunho, assim como os leitores de hoje, aprendendo
lições sobre o discipulado autêntico.
A exclamação da mulher recorda-nos Maria, filha fiel
de Sião, modelo de fé dos cristãos, a primeira discípula, que sempre escutou a
palavra de Deus, a observou e colocou em prática (Lc 1, 38.45.48; 2, 19.51).
Por sua intercessão, podemos unir-nos à prece do Papa Francisco que pede à Mãe
de Jesus para “que a luz da esperança cristã chegue a cada pessoa, como
mensagem do amor de Deus dirigida a todos. E que a Igreja seja testemunha fiel
deste anúncio em todas as partes do mundo” (Bula Spes Non Confundit, 6).
O conhecimento de Deus dá-se na escuta e na
observância da Sua Palavra. Em Jesus, a mulher e as multidões reconhecem o novo
e verdadeiro conhecimento de Deus, pela escuta do Verbo (Jo 1, 1.14): «Quem
ouve a Minha palavra e acredita n’Aquele que Me enviou tem a vida eterna» (Jo
5, 24). A reacção da mulher retrata o pragmatismo das palavras divinas, o Seu
poder transformador, como recorda o Papa Francisco: “No Coração humano e divino
de Jesus, Deus quer falar ao coração de cada pessoa, atraindo todos ao Seu Amor”
(Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2025). É uma demonstração da
passagem que a fé deve operar em cada um de nós, consequência prática do sermos
discípulos missionários.
Hoje, a Igreja toma as vezes dessa mulher que grita do
meio da multidão porque reconhece o poder e a eficácia das palavras do Mestre.
Escutando e observando a Palavra, ela actualiza no tempo presente a mensagem do
Verbo de Deus, que continua a realização do Seu Reino. Com a mensagem profética
de Joel, «o Senhor é um refúgio para o Seu povo» (Jl 4, 16), “renovemos,
pois, a missão da esperança a partir da oração, sobretudo daquela que se faz
com a Palavra de Deus” (Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2025).
[1]
Os comentários de 11 a 15 de Outubro foram disponibilizados pela Direcção
Nacional das OMP-Brasil, a cuja directora, Ir. Regina da Costa Pedro, e aos
autores dos textos, P. Eltom de Sousa Melo (11-13 de Outubro) e P. Djalma
Antonio da Silva (14-15 de Outubro), apresentamos os nossos sinceros
agradecimentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário