Para um rosto missionário da Igreja em Portugal IV

Todos evangelizados, todos evangelizadores


12. Sendo o mandato de evangelizar todas as pessoas a missão essencial de toda a Igreja[19], que, por isso, vem antes de tudo e está acima de tudo, então a missão não pode ser apenas o ponto conclusivo dos nossos programas pastorais, mas o seu horizonte permanente e o seu paradigma por excelência, a alma de toda a programação e de todos os itinerários de formação cristã. Não nos podemos mais contentar em evangelizar alguém apenas até um certo ponto. É imperioso e urgente sentir e viver a necessidade de evangelizar o outro até que ele sinta a necessidade de se transformar ele próprio em evangelizador. Chegou o tempo de se «oferecer a todos os fiéis uma iniciação cristã exigente e atractiva, comunicadora da integridade da fé e da espiritualidade radicada no Evangelho, formadora de agentes livres no meio da vida pública»[20]. Então sim, evangelizar será a nossa maneira de ser, porque é a nossa identidade mais profunda, graça e vocação recebidas, vividas, correspondidas. Paulo VI assentou bem estes fundamentos e lembrou-nos que «a Igreja existe para Evangelizar»[21], e a Congregação para o Clero explicita que «[a Igreja] existe mesmo só para esta tarefa»[22]. São luminosas as palavras de João Paulo II: «A missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. A fé fortalece-se, dando-a»[23]. E o Papa Bento XVI acaba de recordar «às Igrejas antigas como às de recente fundação» que «a missão ad gentes deve ser a prioridade dos seus planos pastorais»[24]. Não é uma perca, mas um enriquecimento para a pastoral, uma ajuda às comunidades em ordem à conversão de objectivos, métodos, organização e em responder com confiança ao mal-estar que muitas vezes se experimenta.

13. A Declaração Final do III Congresso Americano Missionário lembrou a propósito que esta maneira de ver «implica conversão pessoal e mudança de estruturas pastorais de modo que o Evangelho possa chegar a todos os homens e mulheres sedentos de Deus»[25]. Já o Concílio Vaticano II tinha deixado expresso que «a comunidade local não deve ocupar-se apenas dos seus próprios fiéis; deve ter espírito missionário e abrir o caminho a todos os homens para Cristo»[26]. Impõe-se, portanto, uma profunda renovação interior e de estruturas pastorais. Recuperando e dando sentido pleno àquele «como Eu vos fiz…» (Jo 13,15), «como Eu vos amei…» (Jo 13,34; 15,12), «como o Pai me enviou…» (Jo 20,21), «a Igreja necessita de uma forte “comoção”, que a impeça de se instalar na comodidade, na estagnação e na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres»[27], dos excluídos, dos explorados, dos marginalizados. Precisamos de deixar muitas coisas: ouro, prata, cobre, bolsas, túnicas, sandálias, bastão (cf. Mt 10,9-10). Ir ao encontro do Senhor em cada irmão (cf. Mt 25,40 e 45) terá de ser a nossa única ocupação e a nossa única maneira de viver.

14. E aí está a nova metodologia, que afinal é a primeira metodologia da missão: a partir de Cristo, com Cristo, como Cristo. Para a fiel realização deste mandato, refere o Papa Bento XVI apontando o Concílio, o cristão «deve seguir o mesmo caminho de Cristo: o caminho da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação até à morte, de que Ele saiu vencedor pela sua ressurreição»[28]. E continua: «Sim! Somos chamados a servir a humanidade do nosso tempo, confiando unicamente em Jesus, deixando-nos iluminar pela sua Palavra: “Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16). E deixa este desabafo: «Quanto tempo perdido, quanto trabalho adiado, por inadvertência deste ponto!». E conclui: «Tudo se define a partir de Cristo, quanto à origem e à eficácia da missão»[29].

15. E aproveitando a dinâmica evangelizadora de São Paulo que o «Ano Paulino» despertou em nós, não podemos esquecer a sua metodologia personalizada, vivida, afectiva e apaixonada, maternal e paternal, com dedicação total, de corpo inteiro e a tempo inteiro (1 Ts 2,7b-12), bem como o facto de se ter sabido rodear de muitos e bons cooperadores, com uma pluralidade de dons e ministérios, que apresenta na Carta aos Romanos (16,1-16) como uma rede de fraternidade para o Senhor e o Evangelho[30]. Paulo compreendeu bem que Cristo cria fraternidade e comunhão, e que, por isso, «Evangelizar nunca é para ninguém um acto individual e isolado, mas profundamente eclesial»[31]. A experiência evangelizadora de São Paulo permanece exemplar e paradigmática para todos os que, em qualquer tempo e lugar, acreditam em Cristo.


Igrejas locais, sujeito primeiro da missão


16. «A Igreja universal incarna nas Igrejas particulares» ou locais[32]. A Igreja local é o sujeito primeiro da missão, deve ter o seu centro na comunicação da fé e no primeiro anúncio como sinal da sua fecundidade e fidelidade à sua própria origem e nascimento histórico: Igreja em estado de missão, «Igreja-Missão»[33], como lhe chamou maravilhosamente Bento XVI. A missão está no âmago da Igreja, deve co-responsabilizar todos os seus membros, e não pode ser delegada apenas em alguns[34]. Não há missão eficaz sem um estilo de comunhão. É, portanto, urgente que a Igreja local se organize numa vasta rede de ministérios em verdadeira comunhão, uma vez que «a comunhão e a missão estão profundamente ligadas entre si (…): a comunhão é missionária e a missão é para a comunhão»[35].

17. Afirmando que «cada uma das Igrejas leva em si a solicitude por todas as outras», o Concílio lembra que o Bispo, que é «consagrado não só em benefício de uma diocese, mas para salvação de todo o mundo», «ao suscitar, promover e dirigir a obra missionária, torna presentes e como que palpáveis o espírito e o ardor missionário do Povo de Deus, de maneira que toda a diocese se torna missionária»[36]. Afirma exemplarmente o Documento «Diálogo e Missão»: «Cada Igreja particular é responsável de toda a missão. E mesmo cada cristão, em virtude do baptismo, é chamado a exercitá-la toda de algum modo»[37]. E o Papa Bento XVI, na sua Mensagem para o Dia Missionário Mundial de 2008 (19 de Outubro), não deixa de lembrar aos Bispos que o «seu compromisso consiste em tornar missionária toda a comunidade diocesana»[38].

18. Com a Igreja local a assumir-se como sujeito primeiro da missão, os Institutos Missionários não passam para a margem, mas continuam bem no centro, assumindo o seu compromisso missionário ad vitam como um dom que pertence a toda a Igreja, e, concretamente à Igreja particular em que professam, celebram e vivem a sua fé. Imenso dom, doações radicais e totais, paradigma do compromisso missionário da Igreja[39]. Por isso, acentua João Paulo II: «sintam-se parte viva da comunidade eclesial e trabalhem em comunhão com ela»[40], e a Congregação para o Clero lembra às Conferências Episcopais que devem «intensificar cada vez mais as relações com os Institutos Missionários»[41], na linha, de resto, das normas para a aplicação do Decreto Ad Gentes, patentes na Carta Apostólica “Motu Proprio” Ecclesiae Sanctae, de Paulo VI[42]. Os Institutos Missionários, bem inseridos no coração das Igrejas locais, devem contribuir para fazer chegar a animação missionária às estruturas fundamentais do povo de Deus, que são as dioceses e paróquias, ajudando a dar corpo à intenção formulada por João Paulo II de que é preciso «inserir a animação missionária como elemento fulcral na pastoral ordinária das dioceses e paróquias, das associações e grupos, especialmente juvenis»[43].

19. É sabido que a animação missionária frutifica na cooperação missionária, que é um direito e um dever de todos os baptizados[44]. Para efeitos práticos, as iniciativas e actividades da cooperação missionária são dirigidas e coordenadas em toda a parte, por mandato do Sumo Pontífice, pela Congregação para a Evangelização dos Povos, cabendo às Igrejas locais, quer a nível nacional, através das Comissões Episcopais das Missões, quer a nível diocesano, na pessoa do próprio Bispo, tarefas semelhantes[45]. Para levar a efeito, de forma eficaz, o mandato que lhe foi atribuído pelo Papa, a Congregação para a Evangelização dos Povos serve-se especialmente das quatro Obras Missionárias Pontifícias (OMP) [Propagação da Fé, Infância Missionária, São Pedro Apóstolo, União Missionária], que, «sendo as Obras do Papa, são-no também do Episcopado inteiro e de todo o Povo de Deus»[46], devendo dar-se-lhes, com todo o direito, o primeiro lugar[47].

20. Para se dar à animação e cooperação missionária o lugar a que têm direito, torna-se necessário fazer surgir também na Igreja portuguesa Centros Missionários Diocesanos (CMD) e Grupos Missionários Paroquiais (GMP), laboratórios missionários, células paroquiais de evangelização, que, em consonância com as OMP e os Centros de animação missionária dos Institutos Missionários, possam fazer com que a missão universal ganhe corpo em todos os âmbitos da pastoral e da vida cristã. O Decreto Ad Gentes e outros documentos subsequentes lembram bem a responsabilidade dos Bispos e Conferências Episcopais em favorecerem as vocações missionárias de jovens e se ocuparem também do clero diocesano que devem dedicar à evangelização do mundo, e de favorecerem este importante serviço com os meios necessários[48]. Em Ano Sacerdotal, não podemos esquecer a indicação oportuna do Papa Bento XVI que nos lembra que «a dimensão missionária está especial e intimamente ligada à vocação sacerdotal»[49].

21. Aconselha-se vivamente que o CMD seja constituído em todas as Dioceses de Portugal. Nele devem convergir todas as forças missionárias a operar na Diocese, integrando sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos. O Director do CMD será nomeado pelo Bispo, que é o primeiro responsável da vida missionária na Diocese. O Director do CMD poderá ser também o Director Diocesano das OMP, e fará parte do Conselho Pastoral da Diocese[50]. O CMD deverá ser o principal Centro propulsor da consciência e do empenho missionário da Igreja Diocesana, ajudando-a a viver a sua identidade missionária traduzida no empenho específico do anúncio do Evangelho a todas as pessoas, em toda a parte. Saberá interagir com os outros organismos pastorais da Diocese em ordem a imprimir uma dinâmica missionária a toda a actividade diocesana. Dará a conhecer e estimulará a participação nas iniciativas missionárias já em curso, assegurará o mais fecundo relacionamento entre a comunidade local e os seus missionários e velará pela boa implantação das OMP no espaço diocesano.

22. Vê-se bem que o rosto missionário da Igreja requer um coração sensível e fraterno, em ordem a um serviço verdadeiramente cristão. Este serviço concertado e em rede por parte das Igrejas particulares foi objecto de viva exortação de João Paulo II, no início do novo milénio: «É nas Igrejas locais que se podem estabelecer as linhas programáticas concretas – objectivos e métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes da pastoral, busca dos meios necessários – que permitam levar o anúncio de Cristo às pessoas, plasmar as comunidades, permear em profundidade a sociedade e a cultura através do testemunho dos valores evangélicos. Por isso, exorto vivamente os Pastores das Igrejas particulares, valendo-se do contributo das diversas componentes do povo de Deus, a delinear com confiança as etapas do caminho futuro, sintonizando as opções de cada comunidade diocesana com as das Igrejas limítrofes e as da Igreja universal»[51].

23. As consequências práticas para a vida eclesial e paroquial são profundas e intensas, requerendo uma nova sensibilidade evangelizadora obrigatória e não arbitrária. Alertou bem o Papa João Paulo II que nenhuma Igreja particular, de antiga ou de recente tradição, «se deve fechar em si própria», adiantando logo que «a tendência para se fechar em si próprio pode ser forte». E, no que se refere às Igrejas antigas, advertiu que, «preocupadas com a nova evangelização, podem ser levadas a pensar que agora devem realizar a missão em casa, correndo assim o risco de refrear o ímpeto para o mundo não cristão, sendo pouca a vontade de dar vocações aos Institutos Missionários». A estas Igrejas, o Papa lembra que «é dando generosamente que se recebe»[52]. E a Congregação para o Clero já tinha advertido alguns anos antes que «a Igreja particular não pode fechar-se em si mesma, mas, como parte viva da Igreja Universal, deve abrir-se às necessidades das outras Igrejas. Portanto, a sua participação na missão evangelizadora universal não é deixada ao seu arbítrio, ainda que generoso, mas deve considerar-se como uma lei fundamental de vida; diminuiria, de facto, a sua energia vital se, concentrando-se unicamente sobre os próprios problemas, se fechasse às necessidades das outras Igrejas»[53]. E o Papa Bento XVI acaba de nos advertir que «nada nos dispensa de ir ao encontro dos outros», pelo que «temos de vencer a tentação de nos limitarmos ao que ainda temos, ou julgamos ter, de nosso e seguro», lembrando-nos ainda que isso «seria morrer a prazo, enquanto presença da Igreja no mundo, que, aliás, só pode ser missionária»[54].


[19] CONCÍLIO VATICANO II, Ad Gentes, 29 e 35; PAULO VI, Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (8 de Dezembro de 1975), 14 e 59; JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 63; BENTO XVI, «As nações caminharão à sua luz» (Ap 21,24), Mensagem para o 83.º Dia Missionário Mundial (18 de Outubro de 2009), 3. A Mensagem traz a data de 29 de Junho de 2009.

[20] BENTO XVI, Discurso no Encontro com os Bispos de Portugal, Fátima, 13 de Maio de 2010.

[21] PAULO VI, Evangelii Nuntiandi, 14.

[22] CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, Instrução Postquam Apostoli (25 de Março de 1980), 3.

[23] JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 2.

[24] BENTO XVI, «As nações caminharão à sua luz» (Ap 21,24), 4.

[25] TERCER CONGRESO AMERICANO MISIONERO (CAM 3) e OCTAVO CONGRESO MISIONERO LATINO-AMERICANO (COMLA 8), (Quito, 12-17 de Agosto de 2008), Declaración Final (18 de Agosto de 2008), 1.

[26] CONCÍLIO VATICANO II, Decreto Presbyterorum Ordinis (7 de Dezembro de 1965), 6.

[27] Ver CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO, Documento de Aparecida. Texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (13-31 de Maio de 2007), São Paulo, CNBB – Paulinas – Paulus, 2007, 362. Além do sentido de forte transformação que o termo “comoção” tem no Documento de Aparecida, sobrepomos-lhe aqui um sentido novo assente naquele “como” que implica a imitação de Jesus.

[28] CONCÍLIO VATICANO II, Ad Gentes, 5.

[29] BENTO XVI, Homilia da Santa Missa, Grande Praça da Avenida dos Aliados, Porto, 14 de Maio de 2010.

[30] CONCÍLIO VATICANO II, Constituição Dogmática Lumen Gentium (21 de Novembro de 1964), 33.

[31] PAULO VI, Evangelii Nuntiandi, 60.

[32] PAULO VI, Evangelii Nuntiandi, 62.

[33] BENTO XVI, As vocações ao serviço da Igreja-Missão, Mensagem para o 45.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações (13 de Abril de 2008). A Mensagem tem a data de 3 de Dezembro de 2007.

[34] JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 32; JOÃO PAULO II, Novo Millennio Ineunte, 40.

[35] JOÃO PAULO II, Christifideles Laici, 32.

[36] CONCÍLIO VATICANO II, Ad Gentes, 38; cf. Lumen Gentium, 23.

[37] SECRETARIADO PARA OS NÃO-CRISTÃOS, Documento L’atteggiamento della Chiesa di fronte ai seguaci di altre religioni. Riflessioni e orientamenti su dialogo e missione (10 de Junho de 1984), 14.

[38] BENTO XVI, Servos e Apóstolos de Jesus Cristo, Mensagem para o Dia Missionário Mundial 2008 (19 de Outubro), 4. A Mensagem traz a data de 11 de Maio de 2008.

[39] JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 66; CONGREGAÇÃO PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS, Instrução Cooperatio missionalis (1 de Outubro de 1998), 11. f); BENTO XVI, As vocações ao serviço da Igreja-Missão, 4.

[40] JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 66.

[41] CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, Postquam Apostoli, 19.

[42] PAULO VI, Carta Apostólica “Motu proprio” Ecclesiae Sanctae (6 de Agosto de 1966), Secção III, 11.

[43] JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 83.

[44] CONGREGAÇÃO PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS, Cooperatio missionalis, 2.

[45] CONGREGAÇÃO PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS, Cooperatio missionalis, 3.

[46] PAULO VI, Mensagem para o Dia Missionário Mundial de 1968 (20 de Outubro); PAULO VI, Mensagem para o Dia Missionário Mundial de 1976 (24 de Outubro).

[47] CONCÍLIO VATICANO II, Ad Gentes, 38.

[48] CONCÍLIO VATICANO II, Ad Gentes, 38; PAULO VI, Ecclesiae Sanctae, Secção III, 6; CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, Postquam Apostoli, 18-19.

[49] BENTO XVI, As vocações ao serviço da Igreja-Missão, 1.

[50] PAULO VI, Ecclesiae Sanctae, Secção III, 4; CONGREGAÇÃO PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS, Cooperatio Missionalis, 9 e 13.

[51] JOÃO PAULO II, Novo Millennio Ineunte, 29.

[52] JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 85.

[53] CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, Postquam Apostoli, 14.

[54] BENTO XVI, Homilia da Santa Missa, Grande Praça da Avenida dos Aliados, Porto, 14 de Maio de 2010.


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