Papa propõe “ecumenismo da santidade” do Irmão Roger

No 70º aniversário da fundação de Taizé e 5º de falecimento do seu fundador

Bento XVI desejou que o testemunho "de um ecumenismo da santidade" do fundador de Taizé, o Irmão Roger, "nos inspire em nosso caminho rumo à unidade".

Este foi o destaque de uma mensagem enviada pelo atual prior da comunidade de Taizé, o Irmão Alois, por ocasião do duplo aniversário - dos 70 anos da fundação da comunidade de Taizé e dos 5 anos da morte do seu fundador, o Irmão Roger.

Cerca de 5 mil pessoas comemoraram os eventos em Taizé, no último dia 14 de agosto, com a entrada de um novo irmão na comunidade, uma oração e uma peregrinação, segundo informou a comunidade de Taizé.

O ato começou às 19h30, em um grande campo, ao lado do povoado francês de Taizé, com a celebração, ao ar livre, da oração comum.

Um jovem italiano que havia entrado há algum tempo na comunidade, vestiu o hábito branco dos irmãos desta comunidade ecumênica.

A oração foi enriquecida com cantos, um texto bíblico lido em vários idiomas por jovens de diversos continentes e um momento de silêncio.

A seguir, os irmãos e os milhares de jovens de 70 países, que acabavam de passar uma semana em Taizé, assim como algumas crianças, atravessaram o pequeno povoado em peregrinação.

Passaram na frente do cemitério da pequena igreja românica onde descansam os restos mortais do Irmão Roger e onde foi colocado, para a ocasião, o ícone egípcio da amizade, que era muito querido pelo fundador da comunidade.

E se dirigiram à igreja da Reconciliação, onde foi lida a passagem da Ressurreição; e os participantes acenderam milhares de pequenas velas, como símbolo da esperança na ressurreição.

O Irmão Alois pronunciou as únicas palavras do ato: uma oração na qual agradeceu "pela vida entregue do nosso Irmão Roger, que nos deixou há 5 anos e que há 70 chegou sozinho a este povoado de Taizé".

A oração recordou alguns aspectos do fundador de Taizé: "Ele procurava viver ardentemente da vossa confiança e transmitir vossa bondade infinita a cada ser humano".

"Nessa confiança, Vós lhe concedestes encontrar a fonte da alegria e da paz; a paz do coração, que foi o que fez dele um criador de paz entre os homens", continuou o prior.

"Como São João Batista, ele só queria preparar os caminhos de Cristo e reunir vosso povo para dizer a todos que 'Deus está muito perto de vós'", acrescentou.

Entre outras coisas, recordou que o Irmão Roger, "ainda que pobre e vulnerável - usando suas próprias expressões -, escolheu amar com todas as suas forças".

"Amava a Igreja, que reúne os crentes em uma única comunhão, muito além de todas as fronteiras políticas, sociais ou culturais - afirmou. Este era, para ele, o sinal de esperança de uma humanidade reconciliada."

Por ocasião do aniversário, numerosas personalidades enviaram mensagens à comunidade de Taizé, entre elas o Papa Bento XVI, os patriarcas de Constantinopla e de Moscou, o arcebispo da Cantuária e os responsáveis luteranos reformados.

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