DENÚNCIA
Cansado da viagem, Jesus estava assim sentado na borda do poço (João 4, 5-6)
Comentário
Jesus tinha
estado na Judéia antes de seu encontro com a mulher samaritana. Os fariseus
tinham começado a espalhar a idéia de que Jesus batizara mais discípulos
do que João. Talvez esse tipo de conversa tenha causado alguma tensão e
desconforto. Talvez tenha sido essa a razão da decisão de Jesus de ir embora.
Chegando ao
poço, Jesus resolve parar. Estava cansado de sua viagem. Sua fadiga poderia
também ter algo a ver com o que estavam dizendo sobre ele. Enquanto descansava,
uma mulher samaritana se aproximou do poço para tirar água. Esse encontro
aconteceu no poço de Jacó: um lugar simbólico para a vida e a espiritualidade
do povo da Bíblia.
Começa um
diálogo entre a mulher samaritana e Jesus sobre o lugar onde se deveria adorar
. “É na montanha ou em Jerusalém?” pergunta a mulher samaritana. Jesus
responde: “nem na montanha nem em Jerusalém... os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e verdade pois são esses os adoradores que o Pai
procura”. (Jo 4, 21-24)
Ainda
acontece que, em vez de uma busca comum da unidade, a competição e a disputa
sejam uma característica do relacionamento entre Igrejas. Isso tem sido a
experiência vivida no Brasil em anos recentes. Comunidades exaltam suas
próprias virtudes e os benefícios que aguardam seus adeptos a fim de atrair
novos membros. Alguns pensam que quanto maior for a Igreja, mais numerosos os
seus membros e maior o seu poder, mais perto estarão de Deus, apresentando a si
mesmos como os únicos adoradores verdadeiros. Como resultado, tem
havido violência e desrespeito a outras religiões e tradições. Esse tipo
de marketing competitivo cria tanto a desconfiança entre as Igrejas como uma
falta de credibilidade na sociedade em relação ao cristianismo como um todo. À
medida que cresce a competição, a “outra” comunidade se torna o inimigo.
Quem são os
verdadeiros adoradores? Verdadeiros adoradores não permitem que a lógica da
competição – quem é melhor e quem é pior – contamine a fé. Precisamos de
“poços” para nos apoiar, para descansar e abandonar as disputas, a competição e
a violência, lugares onde possamos aprender que verdadeiros adoradores adoram
“em Espírito e Verdade”.
Questões
- 1. Quais são os maiores motivos de competição entre nossas Igrejas?
- 2. Somos capazes de identificar um “poço” comum no qual possamos nos apoiar e descansar de nossas disputas e competições?
Oração
Generoso Deus, frequentemente nossas Igrejas são levadas a escolher a
lógica da competição. Perdoa nosso pecado de presunção. Estamos cansados dessa
necessidade de estar em primeiro lugar. Deixa-nos descansar no poço.
Refresca-nos com a água da unidade que vem da nossa oração em comum.
Que o teu Espírito, que pairou sobre as águas do caos,
nos traga unidade na nossa diversidade. Amém.
Refresca-nos com a água da unidade que vem da nossa oração em comum.
Que o teu Espírito, que pairou sobre as águas do caos,
nos traga unidade na nossa diversidade. Amém.
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A SOUC 2015 EM: http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/weeks-prayer-doc/rc_pc_chrstuni_doc_20140611_week-prayer-2015_po.html
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