Missão - Com Maria, Missão de Paz


1. Neste ano de 2017, a Igreja que peregrina em Portugal não pode ignorar Fátima e aquilo que ela representa de anúncio e profecia. A peregrinação do Papa Francisco confirma isso mesmo: se veio até nós, é sinal que atribui especialíssima importância à mensagem da Cova da Iria.

2. Na bênção das velas, o Santo Padre disse-nos: “A dinâmica de justiça e de ternura, de contemplação e de caminho ao encontro dos outros é que faz d’Ela [de Nossa Senhora] um modelo eclesial para a evangelização”. Importava meditar na beleza destes conceitos. Não havendo possibilidade, fiquem-nos como referência absoluta para toda a obra de missionação.

3. A menção à paz baliza a mensagem de Fátima. Começa com o Anjo que diz aos videntes: “Não tenhais medo. Sou o anjo da paz. Orai comigo…”. Ao longo das aparições, Nossa Senhora recomenda muitas vezes que “rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”. E, em Outubro, garante: “Continuem a rezar o terço. A guerra vai acabar”.

4. Esta insistência na oração e na paz lembra-nos: a paz tem mais de dádiva divina do que propriamente de conquista humana; relaciona-se com a aceitação de Jesus, pois onde Ele estiver está a paz e onde Ele for excluído, rejeita-se a paz; esta passa pela queda de todos os muros mentais divisórios, como era o caso da Rússia, condição para que as pessoas confiem mais umas nas outras e se sintam irmãs; finalmente, a paz conjuga-se no futuro, já que, na sua plenitude, só se consumará no reino de Deus.

5. Lida na chave que agora nos interessa, esta referência à paz confirma e fortalece a atividade dos missionários. São eles quem, neste mundo dividido e materialista, apelam a que se faça de Deus o centro de gravidade e não qualquer bem perecível; pregam uma «nova ordem mundial» por intermédio da adesão a Jesus Cristo; fermentam uma sociedade mais fraterna e familiar ao darem testemunho do «Pai comum»; abrem a história ao infinito de Deus ao indicarem o seu reino como meta de toda a família humana e critério da sua forma de vida.

6. Por isso, a atividade missionária, enquanto expressão da «justiça e da ternura, da contemplação e do encontro» que vemos na Virgem Maria, edifica a Igreja e faz o que a “Senhora mais brilhante que o sol” pediu em Fátima: reconversão da humanidade a Jesus Cristo e edificação de uma nova forma de viver mais humana, porque mais pacífica.

7. A todos os missionários e a quantos colaboram com eles, os meus parabéns. E que Nossa Senhora seja sempre a sua fortaleza e alegria.

D. Manuel Linda

Presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização

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