2.
O Ano da fé, a cinquenta anos do início
do Concílio Vaticano II, é um estímulo para que toda a Igreja tenha uma
renovada consciência da sua presença no mundo contemporâneo, da sua missão
entre os povos e nações. A missionariedade não é só uma questão de territórios
geográficos, mas de povos, de culturas e de cada pessoa, porque “os confins” da
fé não atravessam só lugares e tradições humanas, mas o coração de cada homem e
de cada mulher. O Concílio Vaticano II sublinhou, de modo particular, como o
trabalho missionário, a tarefa de alargar os confins da fé, seja próprio de
cada baptizado e de todas as comunidades cristãs: “Dado que o povo de Deus vive nas comunidades,
especialmente nas dioceses e paróquias, e nelas se torna visível, cabe também a esta comunidade ser testemunha
de Cristo diante de todas as nações.” (Decr.
Ad Gentes, 37). Cada comunidade é, pois, interpelada e convidada a fazer
seu o mandato dado por Jesus aos apóstolos de ser suas “testemunhas em
Jerusalém em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (Act 1, 8),
não como um aspecto secundário da vida cristã,
mas como um aspecto essencial: todos somos enviados pelo mundo para
caminhar com os irmãos, professando e testemunhando a nossa fé em Cristo e
tornando-nos anunciadores do seu Evangelho.
Convido os Bispos, os Presbíteros, os conselhos presbiterais e
pastorais, cada pessoa e cada grupo responsável na Igreja a dar o devido relevo
à dimensão missionária nos programas pastorais e formativos, sentindo que o
próprio empenho apostólico não é completo, se não contém o propósito de
“tornar-se testemunha de Cristo diante das nações”, diante de todos os povos. A
missionariedade não é somente uma dimensão programática na vida cristã, mas
também uma dimensão paradigmática que diz respeito a todos os aspectos da vida
cristã.
Papa Francisco
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