Mensagem ao Povo de Deus



Com data de 28 de Maio, o Conselho Presbiteral da Diocese da Guarda divulgou a seguinte Mensagem ao Povo de Deus:

“No início do Ano Sacerdotal, enviámos uma mensagem ao Povo Deus que vive na diocese da Guarda. Depois de realizada a Assembleia Geral do Clero, no final do mês de Abril, e aproximando-se já o termo do Ano Sacerdotal, julgamos oportuno fazer chegar uma outra mensagem, com base no que debatemos nessa Assembleia e nas propostas que foram feitas.

1. Reunimo-nos com o objectivo de servir cada vez melhor o Povo de Deus e, ao longo de dois dias, procurámos reflectir sobre as estruturas diocesanas; as actuais dificuldades da vida sacerdotal; a comunhão no presbitério e a nova evangelização; o testemunho de vida sacerdotal e as novas vocações sacerdotais; o novo modelo de Igreja, tendente a ser mais comunidade ministerial.

2. Diante do Povo de Deus, desejamos testemunhar que sentimos o Presbitério Diocesano como factor de identidade e espiritualidade sacerdotal. Inseridos afectivamente nele, queremos colocar as nossas capacidades humanas, enobrecidas pela acção do Espírito em nós, ao serviço da comunhão de toda a Igreja diocesana. O trabalho pastoral ainda não é desenvolvido em total espírito de comunhão e cooperação entre nós, presbíteros, mas desejamos progredir nesse caminho. Devemos ter a coragem de estender essa comunhão e cooperação à nossa própria sustentação material, que há-de pautar-se pela sobriedade e dignidade. Temos, aliás, dois organismos para mais facilmente a tornarmos efectiva: o Instituto Diocesano de Comunhão e Partilha e a Fundação Nun’Álvares.

3. Embora sintamos dor e tristeza face a alguns problemas conjunturais que assolam hoje em dia a Igreja de Cristo, continuaremos dispostos a construir uma Igreja fiel às orientações do Concílio Vaticano II e da Sé Apostólica, vozes do Espírito de Deus que nos convidam à comunhão e à co-responsabilidade eclesiais. Para dar maior visibilidade a este novo modelo de Igreja, é imperioso que usemos melhor as estruturas de comunhão existentes e tenhamos abertura de espírito e confiança para criarmos e acarinharmos outras necessárias para este tempo.

4. Queremos dizer ao Povo de Deus que a angariação de candidatos ao ministério sacerdotal, doravante, estará mais no centro das nossas preocupações. Por isso, iremos pedir um redobrado empenho de todos, em ordem a que cada paróquia se torne progressivamente uma comunidade consciente de ter sido chamada por Deus e que, por sua vez, chama alguns a seguirem a Cristo na condição de pastores e por eles reza assiduamente. Por outro lado, tentaremos agilizar as estruturas de acompanhamento vocacional – o Pré-Seminário e o Seminário Menor – para que o Seminário Maior disponha dum número suficiente de jovens a preparar-se para o ministério ordenado.

5. Partilhamos, agora, convosco algumas dificuldades inerentes ao exercício do nosso ministério sacerdotal, ao mesmo tempo que imploramos que continueis a rogar a Deus para que sejamos fiéis a Cristo. Constatamos que não temos conseguido implementar ainda uma verdadeira pastoral de conjunto; que somos pouco solidários na aplicação de normas pastorais; que temos sacrificado a qualidade das celebrações eucarísticas à quantidade, ainda que na recta intenção de as proporcionarmos a quase todas as comunidades cristãs em dia de Domingo; que a catequese de adultos foi uma iniciativa de resultados muito modestos; que mobilizamos poucos leigos para o serviço nas comunidades cristãs; que a distribuição do clero continua a ser pouco equitativa; e que há em nós resistências a novas e urgentes formas de organização da pastoral diocesana.

6. Particularmente neste Ano Sacerdotal, sentimos que somos interpelados a ser verdadeiramente padres fiéis ao dom recebido e entregues à missão que queremos intensificar na diocese. O Espírito nos pede e nos impele a que dêmos um testemunho alegre da fé que nos anima, e que estejamos sempre prontos a dar razões da nossa esperança, sobretudo através da caridade para com todos, crentes e descrentes.

7. Pedindo-vos perdão pelas vezes em que não fomos pastores segundo o Coração de Cristo, o único Bom Pastor, fica o nosso compromisso de nos deixarmos conduzir mais pela luz e força do Espírito Santo, imitando assim a Santíssima Virgem, e à sua maternal protecção vos confiamos”.

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