Mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das Missões 2009 (2)


2. Igreja peregrina

Toda a Igreja, sem confins e sem fronteiras, se sente responsável por anunciar o Evangelho a todos os povos (cf. Evangelii Nuntiandi, 53). Ela, germe de esperança por vocação, deve continuar o serviço de Cristo no mundo. A sua missão e o seu serviço não se limitam às necessidades materiais ou mesmo espirituais confinadas à existência temporal, mas abarcam a salvação transcendente que se realiza no Reino de Deus. (cf. Evangelii Nuntiandi, 27). Este Reino, mesmo sendo em sua essência escatológico e não deste mundo (cf. Jo 18,36), está também neste mundo e em sua história é força de justiça, paz, verdadeira liberdade e respeito pela dignidade de todo o ser humano. A Igreja aspira a transformar o mundo com a proclamação do Evangelho do amor, “que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir e ... deste modo, fazer entrar a luz de Deus no mundo" (Deus Caritas est, 39). Esta é a missão e serviço em que, também com esta Mensagem, chamo a participar todos os membros e instituições da Igreja.

3. Missão ad gentes

A missão da Igreja é chamar todos os povos à salvação realizada por Deus em seu Filho encarnado. É necessário, portanto, renovar o compromisso de anunciar o Evangelho, fermento de liberdade e progresso, de fraternidade, união e paz (cf. Ad Gentes, 8). Desejo “novamente confirmar que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja” (Evangelii Nuntiandi, 14), tarefa e missão que as vastas e profundas mudanças da sociedade actual tornam ainda mais urgentes. Está em questão a salvação eterna das pessoas, o fim e a plenitude da história humana e do universo. Animados e inspirados pelo Apóstolo dos Gentios, devemos estar conscientes de que Deus tem um povo numeroso em todas as cidades percorridas também pelos apóstolos de hoje (cf. Act 18, 10). De facto, “a promessa é em favor de todos aqueles que estão longe, de todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar”(Act 2, 39).

Toda a Igreja se deve empenhar na missão ad gentes, enquanto a soberania salvífica de Cristo não estiver plenamente realizada: Agora, porém, ainda não vemos que tudo lhe esteja submetido(Heb 2,8).

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