CONCLUSÕES E PROPOSTAS DE AÇÃO
1 – Nos dias 15 e 16 de Setembro de 2018 decorreram no Seminário do
Verbo Divino, em Fátima, as Jornadas Missionárias Nacionais sob o lema
“Eu sou Missão”. No âmbito da celebração do sínodo dos Bispos em Roma
sobre os jovens em outubro próximo, estas jornadas foram pensadas para
que os jovens fossem os protagonistas deste evento. Dos 300 participantes
cerca de 30% eram jovens que emprestaram um dinamismo novo a estas
jornadas, quer na abertura e no serão do 1º dia, bem como nos desafios
lançados na mesa redonda de domingo sobre “A Igreja que pretendemos”.
2 - Estas jornadas promovidas pela Comissão Episcopal de Missões e nova
Evangelização, pelas Obras Missionárias Pontifícias e pelo IMAG foram
abertas por D. Manuel Linda, presidente da Comissão Episcopal de Missões,
que após as boas vindas situou este encontro no contexto da celebração do
outubro missionário extraordinário preconizado pelo Papa Francisco, e do
ano missionário proposto pelo Episcopado Português com inicio em outubro
de 2018 até outubro de 2019.
3- O Dr. Juan Ambrósio, a partir do tema “eu Sou Missão” apresentou-nos
a missão como coração da identidade cristã, bem como os pressupostos e
coordenadas para a tornar efetiva na vida da Igreja pelo empenho de todos
e cada um, concretizada no anúncio da palavra, na celebração fé, na
vivência da diaconia e caridade, tudo sustentado pela koinonia
(Comunhão).
Partindo da evolução do pensamento do papa Francisco presente nas
sucessivas encíclicas, o orador apontou-nos o itinerário que a comunidade
cristã é chamada a percorrer em ordem ao compromisso global de todos os
seus membros na construção de uma igreja não autorreferencial e em
saída, em direção às periferias geográficas e existenciais. A renovação da
igreja passa pelo cuidar da casa comum em ordem a uma ecologia humana
integral onde não haja lugar para “descartados” nem “sobrantes” cuidando
da paz. A misericórdia será o critério de fidelidade a este compromisso
através de uma santidade realizada em “ações ordinárias de maneira
extraordinária” porque nada do que é cristão pode prescindir do encontro
com Deus em Jesus Cristo e o ser Humano.
4- Através dos Workshops os diversos grupos partilharam o compromisso
com as múltiplas formas de missão ao nível da experiência pessoal e de
grupo, e o seu impacto quer nas comunidades locais quer ao nível
diocesano e mesmo em contextos de Missão Ad Gentes, não esquecendo
as problemáticas emergentes com Migrantes e outras situações
humanitárias.
A experiencia da descoberta e do encontro com Jesus Cristo é sempre o
início de um compromisso com a igreja e com o mundo “real” onde somos
chamados a viver, quer dentro dos nossos contextos quer na missão Ad
Gentes. Os quatro jovens intervenientes na mesa redonda sobre: “A Igreja
que pretendemos” testemunharam o que significou para si a experiencia
missionária como partilha e doação e, também a riqueza que a Missão
sempre proporciona: transformar e ser transformados.
5 - A título de conclusão e para o melhor desempenho da Missão:
- A Igreja deve ser descentrada e não autorreferencial, igreja em saída
em direção às periferias. Plural e Santa lendo a presença de Deus no
concreto da vida, tendo como critério o Amor Misericordioso de Deus.
- Para que o ano missionário preconizado pelos nossos bispos se torne
um momento de Graça para a nossa Igreja é urgente criar em todas
as dioceses os Centros Missionários Diocesanos (CMD) e os Grupos
Missionários Paroquiais (GMP) como promotores e animadores da
consciência missionária no povo de Deus.
- Torna-se urgente que durante este Ano de Graça se promovam nas
paróquias, arciprestados e dioceses experiências concretas de saída
para outras realidades, dentro ou fora das nossas fronteiras, como
sinal de compromisso com o anúncio do Evangelho.
- A ausência de representantes de algumas dioceses de Portugal neste
encontro nacional é o sintoma de que a responsabilidade missionária
das igrejas locais é ainda uma debilidade pastoral. Que a celebração
do ano missionário a todos desperte para a missão.
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