Conclusões Jornadas Missionárias 2014 e Jornadas Nacionais da Pastoral Juvenil

“Família, um projeto” foi o tema das Jornadas nacionais, missionárias e juvenis, promovidas pelas Obras Missionárias Pontifícias e pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, que decorreram no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, nos dias 20 e 21 de Setembro de 2014, com a presença de cerca de trezentos participantes, provenientes de várias Dioceses, de Institutos de Vida Consagrada e de muitos Grupos de Leigos que se dedicam à Missão.

Na senda dos importantes acontecimentos da vida da Igreja dos próximos tempos – Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos “Desafios pastorais sobre a Família no contexto da evangelização”, Assembleia Ordinária dos Bispos, em Roma, e Encontro das Famílias, em Filadélfia – fomos chamados a fazer um caminho de discernimento para procurar encontrar os meios pastorais que ajudem as famílias a enfrentar os desafios actuais com a luz e a força do Evangelho. A opção pela família nestas Jornadas tornou-se oportuna, urgente e desafiadora porque levou a um contínuo esforço de repensar a realidade da família de hoje em ordem a uma valorização, para que esta viva como proposta activa e modelo a seguir o amor doação, total e sem limites, Jesus Cristo.

No dizer do papa Francisco “as famílias constituem o primeiro lugar onde nos formamos como pessoas e, ao mesmo tempo, são os ‘tijolos’ para a construção da sociedade”. Assim, a família é escola insubstituível de afectos, valores e virtudes humanas e sociais, é ponto de partida e de convergência para a transformação e promoção da sociedade na dinâmica dos tempos. A família é o lugar por excelência da Missão, pois nela se faz o primeiro anúncio do Evangelho, se aprende a abertura ao outro, se descobre que somos irmãos e irmãs, que vivemos num mundo criado por Deus, a Família, por excelência.

Nestas Jornadas, com um leque alargado de palestrantes versando áreas diversas e transversais, longe de se ter em mente apontar respostas, pretendeu-se levantar questões que se colocam à família hoje nos vários campos da psicologia, da educação, da comunicação e da teologia, mergulhando numa reflexão sobre a Pastoral Familiar no contexto da evangelização; como enfrentar situações difíceis: uniões de facto, recasados; jovens e namoro-descoberta vocacional; família e voluntariado missionário; abertura à vida-natalidade, fecundidade, trabalho; desafios sociais e políticas familiares, sem esquecer o Evangelho e a missão da família.

Ao desencanto que nos pode assaltar quando constatamos o baixíssimo índice de fecundidade e o tão acentuado envelhecimento da população do nosso país, contrapomos a esperança que nasce quer do desejo de tantos em inverter tais situações quer da consciência política de alguns em pôr fim a medidas desconexas e sinais contraditórios e envolver muitos em novas opções de promoção da vida.

Para que a “Família se torne aquilo que é” na expressão feliz de S. João Paulo II, pede-se à família que seja santuário de vida pois esta é a única dádiva que renova o mundo; que descubra e valorize no seu todo e em cada um dos seus membros as 7 maravilhas do mundo: ver, ouvir, tocar, provar, sentir, rir e amar; que seja criativa como o Pai é Criador; que cumpra a sua missão educativa, no ser, no agir e na coerência do testemunho; que seja plataforma que cria relações verdadeiras e afectos honestos; que se abra ao bem comum, em comunidade e em corresponsabilidade; que seja lugar de amor e de alegria e guardiã da dignidade humana e da esperança do amanhã.

Aos servidores do bem comum e responsáveis pelas decisões socais e políticas exige-se que sejam amigos da família, que apostem na renovação das gerações, que promovam a valorização das pessoas e lhes ofereçam os meios para o crescimento e o desenvolvimento saudável e sustentável, no trabalho, na educação e na segurança e que permitam boas perspectivas de futuro.

Á Igreja pede-se que seja mãe, que esteja atenta, que abra os braços, que vá ao encontro e ajude as famílias a vencer as dificuldades para que vivam o projecto de Deus; que proporcione o encontro das pessoas e se torne fonte de vida para as famílias, para que sejam elas as protagonistas da evangelização para outras famílias.

A família, como célula e um bem precioso é um projecto intentado, onde todos, como arquitectos e empreiteiros, num trabalho sempre inacabado e sempre desafiador a exigir responsabilidade, serenidade e mestria. Por vezes, esta obra de arte que é a família, é realizada no meio duma sociedade tantas vezes indiferente ou adversa ao que pensamos e queremos. Sempre, e agora mais do que nunca, em família e como família, onde todos são para todos, temos de caminhar juntos, sendo testemunhas fortes e credíveis, portadores de luz e esperança.

As próximas Jornadas serão em Fátima nos dias 19 e 20 de Setembro de 2015.

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