S. FRANCISCO XAVIER, Padroeiro das Missões

Senhor, que, pela pregação de São Francisco Xavier, chamastes muitos povos ao conhecimento do vosso nome, concedei a todos os cristãos o mesmo zelo pela propagação da fé, para que, em toda a terra, a santa Igreja se alegre com novos filhos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Para meditar...
Da Primeira Carta de S. Paulo aos Coríntios «Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não anunciar o Evangelho! Se o fizesse por minha iniciativa, teria direito a recompensa. Mas, como não o faço por minha iniciativa, desempenho apenas um cargo que me está confiado. Em que consiste, então, a minha recompensa? Em anunciar gratuitamente o Evangelho, sem fazer valer os direitos que o Evangelho me confere. Livre como sou em relação a todos, de todos me fiz escravo, para ganhar o maior número possível. Com os fracos tornei-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de ganhar alguns a todo o custo. E tudo faço por causa do Evangelho, para me tornar participante dos seus bens.»


Uma oração a S. Francisco Xavier

Amabilíssimo e amantíssimo Santo, em união convosco adoro reverentemente a Divina Majestade e pelo muito que me regozijo dos especialíssimos dons da graça com que vos favoreceu durante a vossa vida mortal e pela glória que gozais agora, eu rendo-lhe afetuosíssimas graças e peço-lhe do fundo de minha alma e por vossa poderosa intercessão me conceda a graça importantíssima de viver e morrer santamente. E vos suplico também... (aqui o pedido especial) e se o que peço não convier à glória de Deus e ao proveito de minha alma, quero alcançar aquilo que a uma e outra seja mais conforme.
Amém!



Um pouco da vida de S. FRANCISCO XAVIER in Diocese de Itaguaí

UMA OCASIÃO PROPÍCIA

Sabemos que o nome pode ser uma simples maneira habitual para se referir a uma pessoa. Contudo, o nome pode ser algo que define a identidade de um ser humano, diferentemente de todos os outros: únicos e original. Diz o ditado latim: nomem est omem - o nome é o homem.
Dessa intuição derivam duas atitudes possíveis dos xaverianos e de seus amigos diante dos 500 anos do nascimento de São Francisco Xavier, padroeiro das missões e dos xaverianos. Poderíamos entender esse evento como um simples aniversário, um fato convencional. Afinal, o que pode mudar neste ano de 2006 em relação aos anos anteriores?
Poderia também se transformar numa ocasião propícia para conhecer melhor esta grande pessoa que marcou a história da missão, da igreja e da sociedade, não apenas de seu tempo. Mas também dos séculos a seguir. Particularmente, pode ser mais uma vez a ocasião para questionar-nos sobre nós mesmos e sobre a missão que nos desafia e que nos desafia e que nos foi confiada.


XAVIER, MISSIONÁRIO MODELO

Com certeza, os tempos mudaram radicalmente. As motivações que animaram São Francisco Xavier e certas maneiras de fazer missão da sua época, hoje não podem mais ser propostas. Apesar disso, não mudou a necessidade das pessoas de conhecer o verdadeiro Deus, como somente Jesus pode nos fazer conhecer. Não mudou a disponibilidade em acolhê-lo. Quando Deus Pai é anunciado.
Não mudou também o instrumento fundamental para este anúncio: o testemunho da vida mais do que das palavras. O encontro com Jesus Cristo, com efeito, muda radicalmente a vida daquele que o anuncia, enchendo-a de sentido. Não é por nada que São Francisco Xavier teve que passar ele também por uma conversão profunda e arrebatadora.

SEU GRANDE ARDOR

Deveríamos lembrar tudo o que ele fez e padeceu para dilatar o Reino de Deus. Poderíamos dizer com uma palavra, que descreve a característica principal de Francisco Xavier: seu grande ardor missionário. Ainda hoje causa admiração sua incansável atividade, do jeito com o qual em onze anos conseguiu visitar tantos países, com meios de transportes precários e no meio de tantos perigos, fundando tantas comunidades cristãs que souberam resistir aos desafios dos tempos.
Assim Xavier escrevia depois de uma tempestade em alto mar: "pedi a Deus nosso Senhor que se saísse com vida daquela tempestade, fosse somente para poder enfrentar outras tempestades ainda mais fortes, para o seu maior serviço". Além desses perigos e fadigas, existiam as desilusões, os entraves, os enganos dos próprios cristãos - os colonos e os mercadores portugueses - com seus maus exemplos. A esse respeito ele denunciava: "É por causa deles que não avançamos".


NÃO ERA UM AVENTUREIRO!

São Francisco Xavier não era um aventureiro. Não eram as riquezas que procurava e nem o sucesso na vida. Não era impelido pela disposição turística de viajar e nem pelo simples desejo cultural de conhecer outros povos . "viver sem alegrar-se de Deus não seria uma vida, mas uma morte contínua", afirmava em uma de suas cartas. O que sustentava sua atividade missionárias era o amor a Deus, percebido e cultivado.
Uma testemunha o descreveu deste modo: "Durante o dia pertencia inteiramente aos homens. À noite pertencia inteiramente a Deus". Mais uma vez, também para o missionário, aparece clara a lei fundamental da vida Cristã: não se pode amar totalmente os homens, os pobres especialmente, se esse amor não é alimentado e sustentado pelo amor de Deus.
A influência positiva que São Francisco Xavier nos países onde viveu e trabalhou foi imensa. Durante os séculos, seu testemunho atraiu muitas pessoas a imitar seu exemplo, dedicando toda a vida à pregação do Evangelho aos povos. A relevância de sua atividade foi reconhecida não só pela igreja, mas também pela sociedade civil.


FRANCISCO XAVIER E CONFORTI

Nós xaverianos nos perguntamos: porque Dom Guido Maria Conforti, nosso fundador, quis nos dar este nome e não um outro? Porque não quis que nos chamássemos "confortinos", perpetuando dessa maneira o nome dele como aconteceu com muitos institutos religiosos e missionários? Ele quis que nos chamássemos "Pia Sociedade de São Francisco Xavier", o que mais tarde se tornou "Missionários Xaverianos".
Dom Guido Maria Conforti assim escrevia nas constituições que nos deixou no mesmo ano de sua morte (1931): nossa congregação "toma o nome e inspiração do glorioso apóstolo das Índias". Poucas palavras, segundo a linguagem então em uso na época para as constituições. Para nós xaverianos são palavras importantes. Num outro trecho das mesmas, ele convida os missionários a ter "uma especial devoção por São Francisco Xavier e pelos Apóstolos, que tanto trabalharam e sofreram e ainda trabalham e sofrem pela dilatação do Reino de Deus; considerando-os como notáveis modelos a serem imitados e intercessores poderosos diante de Deus". Inspiração e modelo, portanto.


O MISSIONÁRIO VERDADEIRO É O SANTO

Pode-se entender porque o nosso fundador quis nos dar o nome desse santo missionário. Queria nos dizer que para ser missionários e missionárias inteiramente dedicados à missão, nós devemos ser inteiramente de Deus. É o que nos ensinou o papa João Paulo II na encíclica Redemptoris Missio, escrevendo: "o verdadeiro missionário é o santo".
É também por isso que o Bem-aventurado Conforti quis seus missionários como "consagrados" na vida religiosa. A missão é um tarefa tão superior às forças humanas que pode ser somente obra de Deus. Ser "consagrados" quer dizer isso: colocar-se a disposição de Deus totalmente, para que seja ele a agir através de nós.



Comentários