um olhar dobre o dia 17

No passado dia 17 de Novembro decorreu no Centro Apostólico D. João Oliveira Matos da Guarda a primeira acção de formação referente à Campanha Educativa “M Igual” - Igualdade não é Indiferença é Oportunidade - ; esta acção foi organizada pelo Secretariado Diocesano das Missões em estreita colaboração com a Fundação Gonçalo da Silveira, entidade que tem em mãos esta campanha.
Ao projectar esta acção de formação na Guarda o Secretariado das Missões quis sobretudo dar a conhecer aos participantes os oito objectivos para o desenvolvimento do milénio (ODM) que pretendem combater a pobreza extrema até 2015.
O dia começou com a Oração da manhã e com uma breve apresentação do Secretariado das Missões e dos seus objectivos para este ano, este momento esteve a cargo do P. Ângelo e do P. Marco que nos relembrou que através da infância conseguimos educar para o desenvolvimento e para a fé.
De seguida e depois de todos os participantes já se terem conhecido foi a vez de Margarida Alvim, formadora e representante da Fundação Gonçalo da Silveira, expor de forma clara e concisa os oito objectivos que compõem a Declaração do Milénio assinada em 2000 por 189 líderes políticos. Os objectivos são transparentes e muito urgentes de serem trabalhados, a saber, 1) erradicar a pobreza extrema e a fome; 2) conseguir o ensino universal; 3) promover a equidade entre sexos e a autonomia da mulher; 4) reduzir a mortalidade infantil; 5) melhorar a saúde materna; 6) combater o HIV/SIDA, o paludismo e outras doenças; 7) garantir a sustentabilidade do meio ambiente; 8) fomentar uma associação mundial para o desenvolvimento;“As metas expressas nos ODM são direitos humanos reclamáveis!”, se pensarmos que nos países sub desenvolvidos, das 100 mães que dão à luz apenas 28 são atendidas nos serviços de saúde.
Segundo a “ Pegada Mundial” isto é, a área que cada um de nós precisa para viver com os hábitos de vida que tem, cada um de nós, em Portugal, precisa de quatro ou cinco hectares de terra para sustentar a vida que leva; assim, se todos os humanos adoptassem o estilo de vida europeu seriam necessárias duas Terras e meia para nos suportar. É vital acordar e despertar para esta realidade e tentar combater os excessos que todos os dias cometemos num simples escovar de dentes, ao desperdiçar a água que muitos ainda não têm para beber.
Portugal conta também com um retrato sócio económico pouco favorável na medida em que entre 1995 e 2005 dois milhões de portugueses viviam na pobreza.
Segundo Margarida Alvim, as acções que praticamos no dia a dia causam impacto até onde nunca estivemos; o que se decide a milhares de quilómetros afecta-nos diariamente. A globalização também nos diz respeito.
Após a exposição teórica houve tempo para cada um de nós reflectir sobre a forma como poderíamos alcançar cada objectivo tanto nos nossos postos de trabalho, como através de acções locais ou mesmo de impacto mundial.
As dinâmicas ficaram a cargo da Maria Emanuel e da Maria do Carmo que durante a tarde nos envolveram e nos puseram a pensar de uma forma prática sobre tudo o que tínhamos ouvido durante a manhã.
Foi curioso constatar a abertura de todos os participantes face a questões tão delicadas como por exemplo a venda e o tráfico de crianças.
O dia terminou com a Eucaristia presidida pelo P. Marco que na homília nos “obrigou” a reflectir sobre o que faríamos se tivéssemos apenas 5 minutos de vida; a VIDA, este dom magnífico que Deus nos dá a cada minuto e que é urgente aprender a valorizar porque quando menos esperamos o fósforo já se apagou.
Foi uma acção bastante enriquecedora tanto do ponto de vista da aprendizagem como da interacção entre as pessoas. O SDM para além da apresentação dos ODM quis acima de tudo que este dia fosse o ponto de partida para “despertar a consciência missionária” através do desenvolvimento de outras acções a iniciar em centros educativos e catequeses paroquiais.
Está assim lançado o mote que segundo o P. Ângelo, nos irá ajudar a aprofundar melhor o ser missionário atento às coisas do mundo (relativamente à erradicação da pobreza extrema).
“ A descrença na nossa força é a nossa maior fraqueza” Gandhi

Silvie Azevedo, SDM

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