21 setembro 2025

Dia 21 - outubro missionário 2025

 

Terça-feira, 21 de Outubro de 2025

XXIX Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

Rm 5, 12.15b.17-19.20b-21; Sl 39; Lc 12, 35-38

 

Na primeira leitura, São Paulo mostra a diferença entre a desobediência de Adão e a obediência de Jesus. Ele descreve como a humanidade foi negativamente afectada pelo pecado da desobediência de Adão. No entanto, sublinha que a obediência de Jesus ultrapassa de longe a desobediência de Adão. Se lermos o texto ou a passagem em grego, uma das palavras principais é polloi. Esta palavra, πολλοὶ – polloi, é traduzida como “muitos”. “Muitos” parece implicar ‘uma multidão’, o que significaria ‘todos’. Isto sugere que, através das acções desobedientes de Adão, a morte e o pecado entraram no mundo para todos os seres humanos, mas, mais importante ainda, através da vida e das acções obedientes de Jesus, a salvação foi concedida a todos.

No Evangelho, Jesus exorta os Seus discípulos e, através deles, também nós, a sermos obedientes e vigilantes enquanto aguardamos a segunda vinda do Filho do Homem. As profundas ideias de Blaise Pascal, o conhecido filósofo-teólogo francês, parecem estar em sintonia com os temas das leituras de hoje. Na sua obra seminal, “Pensées”, Pascal apresenta a sua aposta icónica, defendendo a existência de Deus e exortando os indivíduos a viverem como se Deus existisse. Esta reflexão filosófica baseia-se na ideia de que, se vivermos como se Deus existisse e depois descobrirmos que Ele existe, receberemos uma recompensa eterna. Pelo contrário, se negarmos a existência de Deus e mais tarde descobrirmos que Ele é real, incorreremos num castigo infinito.

Esta aposta de Pascal tem profundas implicações para a nossa compreensão da Segunda Vinda de Jesus. Enquanto aguardamos o regresso do Senhor, somos convidados a viver as nossas vidas num estado de prontidão, como se a Segunda Vinda fosse iminente. Ao fazê-lo, demonstramos a nossa fé e confiança na providência de Deus e abrimo-nos à possibilidade de recompensa eterna. Por outro lado, se negligenciarmos a nossa preparação espiritual, arriscamo-nos a enfrentar as consequências da nossa falta de preparação.

Neste sentido, a aposta de Pascal é um convite claro para vivermos as nossas vidas com intencionalidade, objectivo e um sentido cada vez mais profundo de fé e confiança em Deus. Ao navegarmos pelas complexidades da existência humana, podemos guiar-nos pela sabedoria da aposta de Pascal e estar sempre conscientes das consequências eternas das nossas escolhas.

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