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29 setembro 2016
Santa Teresinha do Menino Jesus - Padroeira das Missões
Santa
Teresa do Menino Jesus, nasceu em Alençon (França) no ano 1873. Entrou
ainda muito jovem no mosteiro das Carmelitas de Lisieux e exercitou-se
de modo singular na humildade, simplicidade evangélica e confiança em
Deus, virtudes que também procurou inculcar especialmente nas noviças do
seu mosteiro. Morreu a 30 de Setembro de 1897, oferecendo a sua vida
pela salvação das almas e pela Igreja.
No dia 17 de Maio de 1925, foi
canonizada pelo Papa Pio XI , que, dois anos mais tarde, em 1927, a
proclamou padroeira das missões. Em 1997, João Paulo II proclamou-a
Doutora da Igreja.
Em carta tornada pública a 1 de Outubro
de 2007, o Papa Bento XVI, recordou que "Teresa de Lisieux, sem ter
saído de seu Carmelo, (...) viveu, à sua maneira, um autêntico espírito
missionário. Desde Pio XI até os nossos dias, os Papas não têm deixado
de recordar os laços entre oração, caridade e açcão na missão da Igreja.
Santa Terezinha não só descobriu no
coração da Igreja que sua vocação era o amor, mas sabia que o seu
coração - e o de todos nós - foi feito para amar. Terezinha entrou com
15 anos no Mosteiro das Carmelitas, com a autorização do Papa e todos os
gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus, pela salvação
das almas, e na intenção da Igreja. Santa Terezinha do Menino Jesus e
da Sagrada Face esteve como criança para o pai, livre igual a um
brinquedo aos cuidados do Menino Jesus, e tomada pelo Espírito de amor,
que a ensinou a pequena via da infância espiritual.
O mais profundo desejo do coração de
Terezinha era ter sido missionária "desde a criação do mundo, até a
consumação dos séculos". A sua vida deixou-nos como proposta, selada na
autobiografia "História de uma alma", e como intercessora dos
missionários sacerdotes e pecadores que não conheciam Jesus, continua
ainda hoje, vivendo o Céu, e fazendo o bem aos da terra.
Pela sua entrega total ao amor
Misericordioso de Deus, pela sua constante ânsia em que ardia por
"salvar almas", pelos laços de fraternidade espiritual que cultivou com
alguns missionários no campo de missão, ela foi escolhida como Padroeira
das Missões.
No Carmelo de Lisieux, Prisioneira por
amor e do Amor, desejou ardentemente percorrer o mundo inteiro para
implementar a Cruz de Cristo em todo o lado. A experiência do Deus
Misericórdia é o Centro de toda a sua vida e obra. Num Tempo em que se
anunciava o Deus da Justiça, vindicativa, ela descobre e inflama-se do
Amor Misericordioso e, no seio da Igreja Sua Mãe, ela quer ser o Amor.
28 setembro 2016
MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA FRANCISCO PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES 2016
Igreja missionária, testemunha de misericórdia
Queridos irmãos e irmãs!
O Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que a Igreja está a viver,
proporciona uma luz particular também ao Dia Mundial das Missões de
2016: convida-nos a olhar a missão ad gentes como uma grande,
imensa obra de misericórdia quer espiritual quer material. Com efeito,
neste Dia Mundial das Missões, todos somos convidados a «sair», como
discípulos missionários, pondo cada um a render os seus talentos, a sua
criatividade, a sua sabedoria e experiência para levar a mensagem da
ternura e compaixão de Deus à família humana inteira. Em virtude do
mandato missionário, a Igreja tem a peito quantos não conhecem o
Evangelho, pois deseja que todos sejam salvos e cheguem a experimentar o
amor do Senhor. Ela «tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus,
coração pulsante do Evangelho» (Bula Misericordiae Vultus, 12), e anunciá-la em todos os cantos da terra, até alcançar toda a mulher, homem, idoso, jovem e criança.
A misericórdia gera íntima alegria no coração do Pai, sempre que
encontra cada criatura humana; desde o princípio, Ele dirige-Se
amorosamente mesmo às mais vulneráveis, porque a sua grandeza e poder
manifestam-se precisamente na capacidade de empatia com os mais
pequenos, os descartados, os oprimidos (cf. Dt 4, 31; Sal
86, 15; 103, 8; 111, 4). É o Deus benigno, solícito, fiel; aproxima-Se
de quem passa necessidade para estar perto de todos, sobretudo dos
pobres; envolve-Se com ternura na realidade humana, tal como fariam um
pai e uma mãe na vida dos seus filhos (cf. Jr 31, 20). É ao
ventre materno que alude o termo utilizado na Bíblia hebraica para dizer
misericórdia: trata-se, pois, do amor duma mãe pelos filhos; filhos que
ela amará sempre, em todas as circunstâncias suceda o que suceder,
porque são fruto do seu ventre. Este é um aspeto essencial também do
amor que Deus nutre por todos os seus filhos, especialmente pelos
membros do povo que gerou e deseja criar e educar: perante as suas
fragilidades e infidelidades, o seu íntimo comove-se e estremece de
compaixão (cf. Os 11, 8). Mas Ele é misericordioso para com
todos, o seu amor é para todos os povos e a sua ternura estende-se sobre
todas as criaturas (cf. Sal 144, 8-9).
A misericórdia encontra a sua manifestação mais alta e perfeita no
Verbo encarnado. Ele revela o rosto do Pai, rico em misericórdia: «não
somente fala dela e a explica com o uso de comparações e parábolas, mas
sobretudo Ele próprio a encarna e a personifica» (João Paulo II, Enc. Dives in misericordia,
2). Aceitando e seguindo Jesus por meio do Evangelho e dos Sacramentos,
com a ação do Espírito Santo, podemos tornar-nos misericordiosos como o
nosso Pai celestial, aprendendo a amar como Ele nos ama e fazendo da
nossa vida um dom gratuito, um sinal da sua bondade (cf. Bula Misericordiae Vultus,
3). A primeira comunidade que, no meio da humanidade, vive a
misericórdia de Cristo é a Igreja: sempre sente sobre si o olhar d’Ele
que a escolhe com amor misericordioso e, deste amor, ela deduz o estilo
do seu mandato, vive dele e dá-o a conhecer aos povos num diálogo
respeitoso por cada cultura e convicção religiosa.
Como nos primeiros tempos da experiência eclesial, há tantos homens e
mulheres de todas as idades e condições que dão testemunho deste amor
de misericórdia. Sinal eloquente do amor materno de Deus é uma
considerável e crescente presença feminina no mundo missionário, ao lado
da presença masculina. As mulheres, leigas ou consagradas – e hoje
também numerosas famílias –, realizam a sua vocação missionária nas mais
variadas formas: desde o anúncio direto do Evangelho ao serviço
sociocaritativo. Ao lado da obra evangelizadora e sacramental dos
missionários, aparecem as mulheres e as famílias que entendem, de forma
muitas vezes mais adequada, os problemas das pessoas e sabem
enfrentá-los de modo oportuno e por vezes inédito: cuidando da vida, com
uma acrescida atenção centrada mais nas pessoas do que nas estruturas e
fazendo valer todos os recursos humanos e espirituais para construir
harmonia, relacionamento, paz, solidariedade, diálogo, cooperação e
fraternidade, tanto no setor das relações interpessoais como na área
mais ampla da vida social e cultural e, de modo particular, no cuidado
dos pobres.
Em muitos lugares, a evangelização parte da atividade educativa, à
qual o trabalho missionário dedica esforço e tempo, como o vinhateiro
misericordioso do Evangelho (cf. Lc 13, 7-9; Jo 15, 1),
com paciência para esperar os frutos depois de anos de lenta formação;
geram-se assim pessoas capazes de evangelizar e fazer chegar o Evangelho
onde ninguém esperaria vê-lo realizado. A Igreja pode ser definida
«mãe», mesmo para aqueles que poderão um dia chegar à fé em Cristo.
Espero, pois, que o povo santo de Deus exerça o serviço materno da
misericórdia, que tanto ajuda os povos que ainda não conhecem o Senhor a
encontrá-Lo e a amá-Lo. Com efeito a fé é dom de Deus, e não fruto de
proselitismo; mas cresce graças à fé e à caridade dos evangelizadores,
que são testemunhas de Cristo. Quando os discípulos de Jesus percorrem
as estradas do mundo, é-lhes pedido aquele amor sem medida que tende a
aplicar a todos a mesma medida do Senhor; anunciamos o dom mais belo e
maior que Ele nos ofereceu: a sua vida e o seu amor.
Cada povo e cultura tem direito de receber a mensagem de salvação,
que é dom de Deus para todos. E a necessidade dela redobra ao
considerarmos quantas injustiças, guerras, crises humanitárias aguardam,
hoje, por uma solução. Os missionários sabem, por experiência, que o
Evangelho do perdão e da misericórdia pode levar alegria e
reconciliação, justiça e paz. O mandato do Evangelho – «Ide, pois, fazei
discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado»
(Mt 28, 19-20) – não terminou, antes pelo contrário impele-nos a
todos, nos cenários presentes e desafios atuais, a sentir-nos chamados
para uma renovada «saída» missionária, como indiquei na Exortação
Apostólica Evangelii gaudium:
«cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o
Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair
da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias
que precisam da luz do Evangelho» (n. 20).
Precisamente neste Ano Jubilar, celebra o seu nonagésimo aniversário o
Dia Mundial das Missões, promovido pela Pontifícia Obra da Propagação
da Fé e aprovado pelo Papa Pio XI em 1926. Por isso, considero oportuno
recordar as sábias indicações dos meus Predecessores, estabelecendo que
fossem destinadas a esta Opera todas as ofertas que cada diocese,
paróquia, comunidade religiosa, associação e movimento, de todo o mundo,
pudessem recolher para socorrer as comunidades cristãs necessitadas de
ajuda e revigorar o anúncio do Evangelho até aos últimos confins da
terra. Também nos nossos dias, não nos subtraiamos a este gesto de
comunhão eclesial missionário; não restrinjamos o coração às nossas
preocupações particulares, mas alarguemo-lo aos horizontes da humanidade
inteira.
Santa Maria, ícone sublime da humanidade redimida, modelo missionário
para a Igreja, ensine a todos, homens, mulheres e famílias, a gerar e
guardar por todo o lado a presença viva e misteriosa do Senhor
Ressuscitado, que renova e enche de jubilosa misericórdia as relações
entre as pessoas, as culturas e os povos.
Vaticano, 15 de maio – Solenidade de Pentecostes – de 2016.
FRANCISCO
14 setembro 2016
Novo Ano Pastoral 2016.2017
UNIDOS NA MISSÃO
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