O mesmo repetira já o papa João Paulo II à saciedade, ao afirmar o carácter irreversível do caminho ecuménico. O mesmo é-nos reafirmado por Bento XVI e o mesmo foi o sentir dos delegados presentes em Sibiu. Os caminhos aí apontados revelaram as inúmeras possibilidades de construção e de vivência desta unidade no concreto da vida das Igrejas e de cada cristão: empenho social, luta pela integridade da criação, defesa dos direitos humanos, procura de uma civilização mais justa e fraterna, acolhimento do outro na sua diferença e na sua riqueza… Mas este Oitavário remete-nos para o essencial: não há unidade dos cristãos sem reconciliação, e esta é obra do Espírito em nós. Aqui, a oração converte-nos ao desejo que o Espírito grita em nós, abre-nos os horizontes para perceber a urgência da prece de Jesus para que "todos sejam um", cria em nós a capacidade de irmos ao encontro do outro numa atitude de verdade e de bondade. Tradicionalmente, a Semana de oração pela unidade dos cristãos é celebrada de 18 a 25 de Janeiro. Esta data foi proposta em 1908 por Paul Wattson de maneira que elas se realizassem no período entre a festa de São Pedro e a de São Paulo. Assim sendo, esta escolha tem um significado simbólico. No hemisfério Sul, onde o mês de Janeiro é o período das férias de Verão, preferiu-se adoptar uma outra data, por exemplo, uma semana próxima do Pentecostes (sugestão feita pelo movimento Fé e Constituição em 1926), que constitui uma data simbólica para a unidade da Igreja. A passagem bíblica escolhida para a celebração do centésimo aniversário da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é extraída da 1ª Carta aos Tessalonicenses. A exortação “orai sem cessar” (1Tes 5,17) sublinha o papel essencial da oração na vida da comunidade dos fiéis. Pois ela permite aos seus membros aprofundar a sua relação com Cristo e com os demais irmãos na fé. Esta passagem faz parte de uma série de “imperativos” e declarações através das quais Paulo encoraja a comunidade a viver da unidade que Deus nos dá em Cristo, a ser na prática o que ela é em princípio : o Corpo único de Cristo, visivelmente unido num mesmo lugar. Paulo nutria grandes esperanças para a Igreja de Tessalónica: a fé, a esperança e a caridade que não cessavam de crescer nesta cidade, a maneira com que ela havia acolhido a Palavra apesar dos sofrimentos, e a alegria que ela expressava no Espírito Santo, tudo concorria para suscitar sua admiração e seus louvores (1Tes 1,2-10). Todavia ele estava preocupado. A sua saída precipitada não lhe tinha deixado tempo de consolidar a obra que tinha começado e rumores inquietantes chegavam até ele. Certos desafios provinham do exterior, sobretudo a perseguição da comunidade e dos seus membros (1Tes 2,14). Outros eram de natureza interna: alguns membros da comunidade continuavam a ter comportamentos cada vez mais marcados pela cultura ambiente do que pela nova vida em Cristo (4,1-8) ; outros criticavam os responsáveis que exerciam a autoridade e, em consequência o próprio Paulo (cf. 2,3-7,10) ; outros ainda desesperavam-se da sorte reservada aos que morriam antes do regresso de Cristo. Um dos principais objectivos de Paulo era edificar esta comunidade na unidade. Nem mesmo a morte pode cortar os laços que a unem enquanto único corpo de Cristo. Jesus foi morto e ressuscitou por todos. Assim, quando o Senhor voltar, tanto os que já adormeceram quanto os que ainda vivem, «vivamos então unidos a ele» (5,10). Isto conduz Paulo a pronunciar os imperativos que figuram em 1Tes 5,13-18 e formam uma lista de exortações das quais uma parte foi escolhida para servir de base à Semana de oração deste ano. Esta passagem se inicia pela exortação que Paulo dirige aos membros da comunidade : “Vivei em paz entre vós” (5,13b) – paz que não significa simplesmente a ausência de conflitos, mas a harmonia na qual os dons de cada membro da comunidade contribuem à sua prosperidade e crescimento. É interessante notar que Paulo não dá nenhum ensinamento teológico abstracto, nem faz alusão às emoções e aos sentimentos. O apelo “orai sem cessar” (5,17) faz parte desta lista de imperativos. Isto nos lembra que a vida numa comunidade cristã só é possível através de uma vida de oração. Paulo mostra ainda que a oração é parte integrante da vida dos cristãos, precisamente quando eles procuram manifestar a unidade que lhes é dada em Cristo – uma unidade que não se limita aos acordos doutrinais e às declarações oficiais, mas que se exprime em “tudo o que contribui à paz” – através de acções concretas que testemunham a unidade em Cristo, e entre si e que a fazem crescer.Diocese da Guarda | Departamento da Comunhão Eclesial e Ecumenismo - Departamento das Missões - Departamento da Piedade Popular | Obras Missionárias Pontifícias
18 janeiro 2008
Semana da Unidade pelos Cristãos 2008
O mesmo repetira já o papa João Paulo II à saciedade, ao afirmar o carácter irreversível do caminho ecuménico. O mesmo é-nos reafirmado por Bento XVI e o mesmo foi o sentir dos delegados presentes em Sibiu. Os caminhos aí apontados revelaram as inúmeras possibilidades de construção e de vivência desta unidade no concreto da vida das Igrejas e de cada cristão: empenho social, luta pela integridade da criação, defesa dos direitos humanos, procura de uma civilização mais justa e fraterna, acolhimento do outro na sua diferença e na sua riqueza… Mas este Oitavário remete-nos para o essencial: não há unidade dos cristãos sem reconciliação, e esta é obra do Espírito em nós. Aqui, a oração converte-nos ao desejo que o Espírito grita em nós, abre-nos os horizontes para perceber a urgência da prece de Jesus para que "todos sejam um", cria em nós a capacidade de irmos ao encontro do outro numa atitude de verdade e de bondade. Tradicionalmente, a Semana de oração pela unidade dos cristãos é celebrada de 18 a 25 de Janeiro. Esta data foi proposta em 1908 por Paul Wattson de maneira que elas se realizassem no período entre a festa de São Pedro e a de São Paulo. Assim sendo, esta escolha tem um significado simbólico. No hemisfério Sul, onde o mês de Janeiro é o período das férias de Verão, preferiu-se adoptar uma outra data, por exemplo, uma semana próxima do Pentecostes (sugestão feita pelo movimento Fé e Constituição em 1926), que constitui uma data simbólica para a unidade da Igreja. A passagem bíblica escolhida para a celebração do centésimo aniversário da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é extraída da 1ª Carta aos Tessalonicenses. A exortação “orai sem cessar” (1Tes 5,17) sublinha o papel essencial da oração na vida da comunidade dos fiéis. Pois ela permite aos seus membros aprofundar a sua relação com Cristo e com os demais irmãos na fé. Esta passagem faz parte de uma série de “imperativos” e declarações através das quais Paulo encoraja a comunidade a viver da unidade que Deus nos dá em Cristo, a ser na prática o que ela é em princípio : o Corpo único de Cristo, visivelmente unido num mesmo lugar. Paulo nutria grandes esperanças para a Igreja de Tessalónica: a fé, a esperança e a caridade que não cessavam de crescer nesta cidade, a maneira com que ela havia acolhido a Palavra apesar dos sofrimentos, e a alegria que ela expressava no Espírito Santo, tudo concorria para suscitar sua admiração e seus louvores (1Tes 1,2-10). Todavia ele estava preocupado. A sua saída precipitada não lhe tinha deixado tempo de consolidar a obra que tinha começado e rumores inquietantes chegavam até ele. Certos desafios provinham do exterior, sobretudo a perseguição da comunidade e dos seus membros (1Tes 2,14). Outros eram de natureza interna: alguns membros da comunidade continuavam a ter comportamentos cada vez mais marcados pela cultura ambiente do que pela nova vida em Cristo (4,1-8) ; outros criticavam os responsáveis que exerciam a autoridade e, em consequência o próprio Paulo (cf. 2,3-7,10) ; outros ainda desesperavam-se da sorte reservada aos que morriam antes do regresso de Cristo. Um dos principais objectivos de Paulo era edificar esta comunidade na unidade. Nem mesmo a morte pode cortar os laços que a unem enquanto único corpo de Cristo. Jesus foi morto e ressuscitou por todos. Assim, quando o Senhor voltar, tanto os que já adormeceram quanto os que ainda vivem, «vivamos então unidos a ele» (5,10). Isto conduz Paulo a pronunciar os imperativos que figuram em 1Tes 5,13-18 e formam uma lista de exortações das quais uma parte foi escolhida para servir de base à Semana de oração deste ano. Esta passagem se inicia pela exortação que Paulo dirige aos membros da comunidade : “Vivei em paz entre vós” (5,13b) – paz que não significa simplesmente a ausência de conflitos, mas a harmonia na qual os dons de cada membro da comunidade contribuem à sua prosperidade e crescimento. É interessante notar que Paulo não dá nenhum ensinamento teológico abstracto, nem faz alusão às emoções e aos sentimentos. O apelo “orai sem cessar” (5,17) faz parte desta lista de imperativos. Isto nos lembra que a vida numa comunidade cristã só é possível através de uma vida de oração. Paulo mostra ainda que a oração é parte integrante da vida dos cristãos, precisamente quando eles procuram manifestar a unidade que lhes é dada em Cristo – uma unidade que não se limita aos acordos doutrinais e às declarações oficiais, mas que se exprime em “tudo o que contribui à paz” – através de acções concretas que testemunham a unidade em Cristo, e entre si e que a fazem crescer.05 janeiro 2008
IM - Sábado
Hoje rezo um mistério do terço,
a fim de entregar a Maria
todas as crianças do mundo.
Pedimos-te
um pouco mais de amor
para todas as crianças do mundo;
um olhar de ternura
para esta humanidade,
que teu Filho tanto amou
e por quem deu a própria vida.
Amen.
04 janeiro 2008
IM - Sexta-feira
COMPROMISSO
Hoje aceito, com alegria,
os pequenos sofrimentos
que a vida me apresenta.
Jesus, nosso Salvador,
a cruz, que carregaste por nós,
continha o peso de todos
os sofrimentos do mundo.
Faz que cada criança missionária
saiba caminhar junto a ti,
a fim de partilhar as fadigas,
as dores, as preocupações
dos nossos irmãos grandes
e pequenos.
Torna-nos samaritanos de esperança
neste mundo que ainda não conhece
o teu amor.
Acolhe as dores dos pequenos
e abre à humanidade novos caminhos
de fraternidade, de paz e de acolhimento.
Amen.
02 janeiro 2008
IM - Quarta-feira
Hoje dedico o meu tempo
a qualquer pessoa que está sozinha,
doente ou idosa.
Jesus, irmão universal,
o teu amor pelos pequeninos
é infinito.
Por isso, hoje te confio:
as crianças alegres e as crianças tristes,
as crianças felizes e as angustiadas,
as crianças saciadas e as famintas,
as crianças sadias e as doentes,
as crianças que brincam e as que participam
na guerra,
as crianças que estudam e as que trabalham,
as crianças que obedecem e as teimosas.
Olha com amor as crianças que rezam
e as que não te conhecem,
as crianças da escola e as analfabetas,
as crianças com família unida
e as que sofrem a separação dos pais,
as crianças que vivem numa casa
e as que vivem pelas estradas,
todas as crianças de boa vontade,
que desejam ajudar a construir
um mundo novo.
Amen.



