09 outubro 2025

Dia 9 - outubro missionário 2025

 

Quinta-feira, 9 de Outubro de 2025

XXVII Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

Ml 3, 13-20a; Sl 1; Lc 11, 5-13

 

No Evangelho de hoje, é usada a palavra “intromissão” no sentido de insistência ou mesmo de perseverança, evocando significados religiosos e morais. São Lucas aproxima a nossa discussão da realidade, citando uma palavra mais secular, “intrusão”. Embora o termo “perseverança” indique o caminho para o céu e o cumprimento fiel das obrigações morais, a sua utilização neste contexto quase parece sugerir, de forma inadequada, o significado de teimosia. É este o tom e a atitude da pequena parábola de Jesus.

De acordo com os costumes de quase todos os países do mundo, não se bate à porta do vizinho a meio da noite para pedir pão. Jesus não está a discutir o que é certo ou errado. O sentido de uma parábola revela-se sempre nas últimas linhas ou afirmações. O vizinho, motivado não pela amizade, mas pela sua intromissão, dá-lhe o que ele precisa.

Este episódio revela que a perseverança e a insistência podem gerar não só aborrecimentos e dificuldades, mas também uma fé duradoura que prevalece sobre as esperanças desfeitas. Assistimos, assim, ao aparecimento de um laço espiritual entre vizinhos que transcende as convenções da amizade.

Jesus leva a parábola um pouco mais longe. Apela ao cuidado e à atenção dos pais para com os seus filhos. Será que uma mãe oferece uma serpente quando a criança pede um peixe, ou o pai um escorpião quando a criança quer um ovo? Jesus reconhece a bondade e a fidelidade por natureza de cada ser humano, mas quer também que a nossa relação se aprofunde e seja ainda mais fiável. São Lucas adapta a história para se centrar no Espírito Santo. Deus, em resposta aos nossos pedidos insistentes, dá uma parte de Si mesmo, o Seu próprio Espírito Santo.

A perseverança permite-nos esperar o tempo suficiente para que as nossas boas acções manifestem uma bondade divina que ultrapassa as nossas expectativas e os nossos sonhos. Através do profeta Malaquias, Deus responde àqueles que tinham perdido o ânimo. Assegurou ao povo que continuava a ser a Sua propriedade especial, mais do que os filhos são para os pais. Pediu paciência, assegurando-lhes que, no final, a justiça prevaleceria.

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