15 outubro 2025

dia 15 - outubro missionário 2025

 

Quarta-feira, 15 de Outubro de 2025

XXVIII Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

S. Teresa de Jesus, virgem e doutora da Igreja – MO

Rm 2, 1-11; Sl 61; Lc 11, 42-46

No Evangelho de hoje, tirado de Lucas 11, 42-46, Jesus segue firme nas Suas advertências contra os fariseus, denunciando a sua hipocrisia e rigidez legalista. A expressão “Ai de vós”, frequentemente utilizada pelos profetas, evidencia a indignação de Jesus diante da postura dessas autoridades religiosas, que se preocupavam mais com a observância externa da lei do que com a justiça e o amor de Deus. Os fariseus vestiam-se com o manto da bondade para aparentar justiça e piedade, mas escondiam a dureza dos seus corações. Obcecados pelo cumprimento rígido da Lei, negligenciavam o essencial: o amor e a misericórdia.

Jesus repreende-os porque a sua religiosidade era superficial e vazia, voltada para a exibição e o reconhecimento social, em vez de para uma verdadeira conversão do coração. O rigor legalista no cumprimento de detalhes insignificantes não os tornava justos diante de Deus, pois ignoravam o que realmente importava: o amor ao próximo e a vivência sincera da fé.

A Lei de Deus, conforme ensina o profeta Miqueias, exige justiça, misericórdia e humildade (cf. Mq 6, 8). O direito deve amparar os pobres, os indefesos, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros. Amar a Deus implica colocar-se ao serviço dos mais necessitados, estendendo-lhes a mão com benevolência e compaixão. No entanto, os fariseus distorciam essa verdade, preocupando-se mais com a exibição pública da sua religiosidade do que com a transformação interior. Pagavam o dízimo até mesmo sobre pequenas ervas aromáticas para demonstrar um cumprimento minucioso da Lei, mas negligenciavam o que realmente importava: a justiça e o amor. Jesus adverte-os sobre essa incoerência entre o exterior e o interior, comparando-os a sepulcros não sinalizados, que por fora parecem inofensivos, mas ocultam a morte e a impureza, nos quais as pessoas pisam sem perceber. Essa imagem forte alerta-nos sobre o perigo de uma vida de aparências, onde o exterior pode até ser belo, mas o interior permanece endurecido, vazio de amor e de Deus.

Cristo convida-nos à mudança de vida e à verdadeira conversão do coração. A nossa fé não pode limitar-se a gestos exteriores, mas deve brotar de um coração renovado pela misericórdia divina. Vivemos numa sociedade que valoriza o que é superficial, onde a estética muitas vezes se sobrepõe à ética, e a vaidade ocupa o lugar da verdade. Muitos preocupam-se excessivamente com a imagem que dão de si ao mundo, mas esquecem-se de cultivar um coração puro, recto e sincero diante de Deus. Esse modo de viver conduz a uma espiritualidade rasa, marcada pelo “faz de conta”, onde os valores morais e espirituais são deixados de lado em nome da aparência.

Que Deus nos conceda a graça de uma fé autêntica, que transborde em obras de amor, justiça e misericórdia. Que a nossa vida e missão sejam reflexo da Boa Nova do Evangelho, e que, no meio de um mundo sedento de verdade, sejamos sinais vivos da presença de Cristo, irradiando a Sua luz e o Seu amor a todos.

14 outubro 2025

Dia 14 - outubro missionário 2025

 Terça-feira, 14 de Outubro de 2025

XXVIII Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

Rm 1, 16-25; Sl 18; Lc 11, 37-41

 

Jesus revela o Seu amor misericordioso especialmente àqueles que ainda não compreendem plenamente o significado da Sua missão. Ele é Aquele que Se aproxima, que ama incondicionalmente e que convida a pessoa a uma nova maneira de viver. No Evangelho de Lucas 11, 37-41, vemos essa realidade expressa quando Jesus aceita o convite de um fariseu para jantar em sua casa. Esse gesto demonstra a abrangência do Seu amor, que não exclui ninguém, nem mesmo aqueles que O questionam ou que ainda não compreendem a Sua mensagem universal de salvação.

Durante a refeição na casa do fariseu, Jesus é criticado por não realizar o ritual de purificação das mãos, uma prática valorizada por esse grupo religioso. No entanto, Ele aproveita a ocasião para transmitir uma verdade essencial: a verdadeira pureza não está nos ritos externos, mas na transformação do coração. Jesus repreende os fariseus por darem excessiva importância à aparência e à limpeza exterior, enquanto os seus corações permanecem cheios de ganância e maldade. Ele adverte-os: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade» (11, 39). A lição de Jesus também nos ensina a evitar julgamentos precipitados. Assim como os fariseus se prendiam às aparências e condenavam os que não seguiam as suas tradições, podemos cair na armadilha de julgar os outros sem olhar para as nossas próprias imperfeições. O verdadeiro caminho para Deus passa pela sinceridade do coração, pela humildade e pelo amor ao próximo, que nos levam a uma transformação autêntica.

O amor misericordioso de Jesus supera todo o tipo de mal. É um amor que acolhe a todos, independentemente das suas limitações, dúvidas ou falhas. É um amor que não apenas perdoa, mas que transforma, renovando o coração humano e conduzindo-o a uma nova maneira de viver. Jesus não faz distinção entre aqueles que O compreendem plenamente e os que ainda resistem à Sua mensagem. Ele aproxima-Se dialoga, ensina e, sobretudo, ama incondicionalmente, oferecendo a cada um a possibilidade de uma verdadeira conversão.

Jesus está sempre a convidar-nos à conversão verdadeira, à mudança de vida e ao compromisso com o Reino de Deus. Nesse caminho, somos chamados a não julgar, mas a sermos instrumentos da Sua misericórdia, partilhando generosamente com os mais necessitados: «Dai antes de esmola o que está dentro e tudo para vós ficará limpo» (Lc 11, 41). Neste mês das missões, deixemo-nos impulsionar por Jesus para sermos testemunhas vivas do Seu amor. Que a nossa fé transborde em gestos concretos de solidariedade, justiça e compaixão. Que como discípulos missionários levemos a Luz de Cristo aos que estão à margem, anunciando com alegria e coragem que a salvação é para todos. Que nossa vida reflicta o ardor missionário e o desejo de fazer Cristo conhecido e amado em cada coração.

13 outubro 2025

Dia 13 - outubro missionário 2025

Segunda-feira, 13 de Outubro de 2025

XXVIII Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

Rm 1, 1-7; Sl 97; Lc 11, 29-32

O Evangelho de hoje trata de uma questão que foi levantada por alguns no meio da multidão, os quais queriam pôr Jesus à prova e pediam-Lhe um sinal do céu (11, 16). Jesus, primeiro, rebateu as reacções da multidão após o exorcismo, depois bendisse o louvor da mulher e, então, retomou o discurso para reprovar os pensamentos da «geração perversa». Este é um daqueles momentos em que o Senhor demonstra pouco interesse pela multidão, pois conhece os seus pensamentos e intenções. Aquela multidão viu o exorcismo, ouviu o Seu discurso, mas não deu ouvidos à Sua palavra; pelo contrário, exigiu até que Ele lhe obedecesse, exibindo-Se com sinais.

A busca da multidão por um sinal foi acompanhada pelo desejo de submeter Jesus a uma prova. Eles viram o poder de Deus em Jesus, mas não acreditaram. Quando confiamos em Deus, não Lhe pedimos mais provas. A necessidade de provas reflecte a fragilidade da fé de muitas pessoas. Assim, no-lo recorda o Papa Francisco: “Jesus tudo entregava a Deus Pai, obedecendo com total confiança ao Seu projecto salvífico em favor da humanidade, um projecto de paz por um futuro repleto de esperança (cf. Jr 29, 11)” (Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2025). O cristão, portanto, é um imitador de Jesus, pela entrega confiante à vontade do Pai, sinal de fé verdadeira e de conversão à Sua palavra. Como Paulo, na saudação da Carta aos Romanos (cf. Rm 1, 1.5), recorda o Evangelho de Deus anunciado desde sempre pelos profetas, e que nós, pela fé obediente, temos a missão de anunciar a todas as nações, pois a verdadeira sabedoria é converter-se ao anúncio (1 Cor 1, 21).

A partir do sinal de Jonas, Jesus estabelece um julgamento escatológico; as Suas palavras já configuram uma condenação contra aquela multidão, definida como «geração perversa». Aquela que fora a pregação de Jonas para os ninivitas corresponde às palavras de Jesus para aquela multidão; a referência é a proclamação do profeta de uma severa advertência à cidade (Jn 3, 4). Jesus mesmo explica o julgamento sobre a geração actual, que escuta, mas não observa a Sua palavra. De acordo com a tradição judaica, Israel julgaria as nações no fim dos tempos. No julgamento anunciado por Jesus, será uma estrangeira, a rainha do Sul, que condenará aquela geração (1 Re 10, 11-12). Mais ainda: a ela se juntarão os habitantes de Nínive, que se converteram com a pregação de Jonas (Jn 3, 5-10). Evidencia-se a universalidade da salvação, quando os povos acolherão alegremente o anúncio que Israel rejeitou.

Pela escuta e pela prática das palavras de Jesus, a comunidade de fé configura-se como destinatária e emissária da salvação para o mundo. De facto, “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração” (Gaudium et spes, 1).


12 outubro 2025

Dia 12 - outubro missionário 2025

 

Domingo, 12 de Outubro de 2025

XXVIII Domingo do Tempo Comum – Ano C

2 Rs 5, 14-17; Sl 97; 2 Tm 2, 8-13; Lc 17, 11-19

 

O Evangelho deste Domingo é a continuação do texto lucano do Domingo passado e começa com um breve lembrete sobre a viagem para Jerusalém (v. 11), informando que Jesus Se encontra entre a Samaria e a Galileia, no terceiro e último trecho da “grande viagem”. Jesus está a passar por um território da Samaria, considerado impuro pelos judeus, e encontra pessoas impuras, os leprosos. Ele continua a Sua missão de anunciar o reino de Deus. “Ele «andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos» pelo mal e pelo Maligno (cf. Act 10, 38), restituindo a esperança em Deus aos necessitados e ao povo” (Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2025).

Segundo a narração de Lucas, no primeiro momento temos o relato típico de um milagre, com a aproximação e súplica dos leprosos, a rápida atenção de Jesus com as palavras de envio e, em seguida, a cura à distância, quando o grupo já caminhava em retirada. Contudo, o relato continua. A atenção não está colocada na cura realizada, mas, sobretudo, na atitude dos que foram curados. Evidencia-se o contraste entre a indiferença de nove e o reconhecimento de um deles, identificado como samaritano, um estrangeiro. Um detalhe curioso chama a atenção: é a primeira vez no Evangelho de Lucas que alguém interpela Jesus pelo nome (11, 13). O nome de Jesus é colocado como apóstrofe e já indica a mensagem central do relato, Deus que salva. Pela oração ao nome de Jesus somos associados a Ele, ao Seu próprio caminho, no qual somos purificados. O leproso experimenta a misericórdia de Deus na acção compassiva de Jesus que cura; de facto, Jesus é Deus que salva.

Esta reflexão terá surgido numa comunidade cristã de origem pagã (gregos), para tornar explícito a atenção que os cristãos dão à missão universal. Não é, porém, um caso isolado de Lucas, que também dá atenção aos samaritanos no relato daquele bondoso (Lc 10, 29-37), que cuida, socorre e assegura a recuperação de um homem que ele encontra caído na beira da estrada. O gesto de gratidão do estrangeiro é paradigma de conversão e salvação. Ao contrário do samaritano, os outros nove curados teriam sido beneficiados pelo milagre, mas não teriam conhecido a graça da salvação. Eles representam os judeus que se acreditam curados porque cumpriram a lei. De facto, eles observavam a lei, permanecendo fora do povoado (vv. 12-13) e vão apresentar-se ao sacerdote, como é prescrito (v. 14) e, por isso, acham-se merecedores da cura. Porém, é a demonstração de fé, no louvor eucarístico aos pés de Jesus, que assegura ao samaritano a salvação. Como recorda o Papa Francisco: “Cristo é o cumprimento da salvação para todos, especialmente para aqueles cuja única esperança é Deus” (Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2025).

O caminho é o espaço simbólico da cura, é o símbolo da natureza missionária da acção de Jesus. O caminho representa a distância entre Jesus e os sacerdotes, ou seja, a vontade divina e a ritualista-tradicionalista. O grupo de curados encontra-se nesse itinerário que favorece diferentes direcções, mas são poucos os que se orientam para o Caminho da Vida e da Verdade. Jesus, então, aproveita da acção de graças do samaritano para aprofundar a reflexão, pois a salvação vai além da cura física.

A acção de Jesus é respaldada pelo testemunho da profecia de Israel, como nos lembra a primeira leitura da liturgia dominical. O trecho do Segundo Livro dos Reis fala do ciclo do profeta Eliseu. O destaque é para Naamã, um sírio, chefe do exército, que tinha uma escrava judia, que teria sido feita prisioneira durante uma das incursões em Israel. Mas, ele era leproso. A sua escrava falou-lhe de Eliseu, o homem de Deus, e ele partiu para Israel. Contudo, ao chegar à porta de Eliseu, o profeta não faz nada de espectacular, pede apenas que o sírio se banhe sete vezes no rio Jordão, ou seja, sugere a cura de Naamã à distância. Isso provoca relutância no sírio que se recusa a agir conforme a orientação do profeta; ele esperava que agisse prodigiosamente, com grandes rituais e gestos espectaculares. Pelo contrário, a acção de Deus é simples: pela boca do profeta, a Sua palavra é discreta e eficaz. Como no relato evangélico, que contrasta as poucas palavras de Jesus com os rituais das prescrições da lei. Tudo é muito simples na cura de Naamã: o conselho da escrava, o rio Jordão, o ritual simples, por fim, também o seu agradecimento, pois pensava dar presentes ao profeta, mas ele recusou, e o sírio decidiu, simplesmente, levar uma porção de terra de Israel no retorno para casa, para lá adorar o Deus de Israel.

O texto da segunda carta de Paulo a Timóteo também destaca o poder da palavra de Deus, que cura à distância. O apóstolo recorda a sua prisão, lembrando que a palavra de Deus não pode ser aprisionada; ela é livre, forte, libertadora. Os sofrimentos e angústias da prisão são confortados pelo Evangelho, palavra de conforto e esperança para os sofrimentos do mundo. Anunciar o Evangelho é reconhecimento da presença de Cristo. Ele ainda hoje Se inclina sobre cada pobre, aflito, desesperado e oprimido pelo mal, para derramar “sobre as suas feridas o óleo da consolação e o vinho da esperança” (Prefácio, Cristo, Bom Samaritano).

Neste Domingo, toda a Igreja é convidada a rezar unida, confiando na palavra de Jesus e conduzida pelo Espírito de Deus, para que evite todo tipo de preconceito, rejeite qualquer forma de descriminação e, assim, possa ser sinal da presença salvífica de Deus em todos os espaços, como arauta da esperança que cura diante do grito suplicante do mundo doente; para que recorde sempre que é Deus quem cura as nossas lepras, perdoa os nossos pecados, nos renova, nos purifica, e a Sua acção salvadora não conhece barreiras ou distâncias; para que tenha gestos de gratidão, característica dos que foram tocados pela graça de Deus; e para que se ponha no caminho do discipulado, fazendo sempre a passagem imediata para o seguimento de Jesus, ou seja, do benefício da cura para a experiência de fé autêntica.

11 outubro 2025

Dia 11 - outubro missionário 2025

 

Sábado, 11 de Outubro de 2025[1]

XXVII Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

Jl 4, 12-21; Sl 96; Lc 11, 27-28

Para reflectir sobre o breve trecho do Evangelho de hoje, precisamos de recordar o exorcismo que Jesus realizou de um demónio mudo (Lc 11, 14) e o espanto que causou nas multidões. Em seguida, as palavras de Jesus como resposta àqueles que queriam pô-l’O à prova suscitaram a aprovação entusiástica de uma mulher. Pois, Jesus falava com autoridade, mais ainda porque confrontava a incredulidade de muitos entre os que lhe ouviam.

As palavras da mulher expressam um típico louvor, conhecido no judaísmo, de proclamar a bem-aventurança de uma mãe para expressar admiração por um filho. Jesus responde proclamando a bem-aventurança dos fiéis que, ouvindo e guardando a palavra de Deus, compartilham os Seus desejos, conhecem o Pai pela profunda experiência de fé (Lc 8, 21) e são capazes de lutar contra o retorno das forças do mal. Seguramente, a comunidade de Lucas beneficiou bastante desse testemunho, assim como os leitores de hoje, aprendendo lições sobre o discipulado autêntico.

A exclamação da mulher recorda-nos Maria, filha fiel de Sião, modelo de fé dos cristãos, a primeira discípula, que sempre escutou a palavra de Deus, a observou e colocou em prática (Lc 1, 38.45.48; 2, 19.51). Por sua intercessão, podemos unir-nos à prece do Papa Francisco que pede à Mãe de Jesus para “que a luz da esperança cristã chegue a cada pessoa, como mensagem do amor de Deus dirigida a todos. E que a Igreja seja testemunha fiel deste anúncio em todas as partes do mundo” (Bula Spes Non Confundit, 6).

O conhecimento de Deus dá-se na escuta e na observância da Sua Palavra. Em Jesus, a mulher e as multidões reconhecem o novo e verdadeiro conhecimento de Deus, pela escuta do Verbo (Jo 1, 1.14): «Quem ouve a Minha palavra e acredita n’Aquele que Me enviou tem a vida eterna» (Jo 5, 24). A reacção da mulher retrata o pragmatismo das palavras divinas, o Seu poder transformador, como recorda o Papa Francisco: “No Coração humano e divino de Jesus, Deus quer falar ao coração de cada pessoa, atraindo todos ao Seu Amor” (Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2025). É uma demonstração da passagem que a fé deve operar em cada um de nós, consequência prática do sermos discípulos missionários.

Hoje, a Igreja toma as vezes dessa mulher que grita do meio da multidão porque reconhece o poder e a eficácia das palavras do Mestre. Escutando e observando a Palavra, ela actualiza no tempo presente a mensagem do Verbo de Deus, que continua a realização do Seu Reino. Com a mensagem profética de Joel, «o Senhor é um refúgio para o Seu povo» (Jl 4, 16), “renovemos, pois, a missão da esperança a partir da oração, sobretudo daquela que se faz com a Palavra de Deus” (Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2025).



[1] Os comentários de 11 a 15 de Outubro foram disponibilizados pela Direcção Nacional das OMP-Brasil, a cuja directora, Ir. Regina da Costa Pedro, e aos autores dos textos, P. Eltom de Sousa Melo (11-13 de Outubro) e P. Djalma Antonio da Silva (14-15 de Outubro), apresentamos os nossos sinceros agradecimentos.

10 outubro 2025

Dia 10 - outubro missionário 2025

 

Sexta-feira, 10 de Outubro de 2025

XXVII Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

S. Daniel Comboni – MO

Jl 1, 13-15–2, 1-2; Sl 9; Lc 11, 15-26

 

O pano de fundo da primeira leitura de hoje é o facto de as colheitas terem sido devastadas por uma praga dos gafanhotos. A comida era praticamente inexistente e as pessoas não sabiam literalmente de onde viria a sua próxima refeição. O profeta viu a praga não só como um castigo pelo pecado, mas também como um aviso de que um dia Deus viria julgar. Nesse grande dia, todo o mal seria destruído.

Enquanto o povo passava fome, o profeta teve a coragem de dizer ao povo para ter uma visão mais ampla da realidade. Ele era tão corajoso e estava tão convencido da verdade que estava a dizer ao povo que a fome não era o grande mal. O verdadeiro mal era estar contra Deus. É por isso que ele os chama ao arrependimento, a voltarem-se para Deus e a serem o Seu povo fiel. Aprendei uma lição, disse o profeta, com a praga dos gafanhotos. Se achais que é mau passar fome, disse ele, será muito pior sofrer o afastamento de Deus no último dia.

É compreensível que se pense que não é necessário recorrer a tácticas de medo para manter a lealdade. No entanto, também nós podemos aprender com o profeta Malaquias. Trata-se de uma lição de perspectiva. Muitas vezes, é forte a tentação de nos concentrarmos exclusivamente nos problemas quotidianos, o que pode levar a um sentimento de desânimo. É fundamental compreender que o verdadeiro mal é o pecado que nos separa de Deus.

Nesta perspectiva, a maior parte dos nossos problemas, que não são tão graves como passar fome, deveriam parecer menos importantes. O que realmente importa é estar do lado de Deus, vivendo como filhos confiantes e amorosos de Deus.

09 outubro 2025

Dia 9 - outubro missionário 2025

 

Quinta-feira, 9 de Outubro de 2025

XXVII Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

Ml 3, 13-20a; Sl 1; Lc 11, 5-13

 

No Evangelho de hoje, é usada a palavra “intromissão” no sentido de insistência ou mesmo de perseverança, evocando significados religiosos e morais. São Lucas aproxima a nossa discussão da realidade, citando uma palavra mais secular, “intrusão”. Embora o termo “perseverança” indique o caminho para o céu e o cumprimento fiel das obrigações morais, a sua utilização neste contexto quase parece sugerir, de forma inadequada, o significado de teimosia. É este o tom e a atitude da pequena parábola de Jesus.

De acordo com os costumes de quase todos os países do mundo, não se bate à porta do vizinho a meio da noite para pedir pão. Jesus não está a discutir o que é certo ou errado. O sentido de uma parábola revela-se sempre nas últimas linhas ou afirmações. O vizinho, motivado não pela amizade, mas pela sua intromissão, dá-lhe o que ele precisa.

Este episódio revela que a perseverança e a insistência podem gerar não só aborrecimentos e dificuldades, mas também uma fé duradoura que prevalece sobre as esperanças desfeitas. Assistimos, assim, ao aparecimento de um laço espiritual entre vizinhos que transcende as convenções da amizade.

Jesus leva a parábola um pouco mais longe. Apela ao cuidado e à atenção dos pais para com os seus filhos. Será que uma mãe oferece uma serpente quando a criança pede um peixe, ou o pai um escorpião quando a criança quer um ovo? Jesus reconhece a bondade e a fidelidade por natureza de cada ser humano, mas quer também que a nossa relação se aprofunde e seja ainda mais fiável. São Lucas adapta a história para se centrar no Espírito Santo. Deus, em resposta aos nossos pedidos insistentes, dá uma parte de Si mesmo, o Seu próprio Espírito Santo.

A perseverança permite-nos esperar o tempo suficiente para que as nossas boas acções manifestem uma bondade divina que ultrapassa as nossas expectativas e os nossos sonhos. Através do profeta Malaquias, Deus responde àqueles que tinham perdido o ânimo. Assegurou ao povo que continuava a ser a Sua propriedade especial, mais do que os filhos são para os pais. Pediu paciência, assegurando-lhes que, no final, a justiça prevaleceria.

08 outubro 2025

Dia 8 - outubro missionário 2025

 

Quarta-feira, 8 de Outubro de 2025

XXVII Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

Jn 4, 1-11; Sl 85; Lc 11, 1-4

 

Se a história de Jonas a ser engolido por um peixe parece surreal para alguns, a sua atitude parece ainda mais irreal. Porque é que Jonas ficou «muito desgostoso e irritado» com o facto de Deus mostrar compaixão e amor para com o povo de Nínive? Porque é que ele tinha ciúmes? O seu problema é que, embora soubesse que Deus é benevolente e misericordioso, não compreendia Deus e os Seus valores.

Deus serviu-Se da planta (o rícino) que fez crescer e depois murchar para lhe dar uma lição. Jonas ficou desiludido com o facto de a planta ter morrido. O que Deus lhe quis dizer era que, se ele, Jonas, sentia pena da planta, porque é que Deus, o criador, não deveria ter pena do povo de Nínive que Ele tinha criado?

Jonas é um pouco como aquelas pessoas que pensam que o favor de Deus é algo que temos de merecer, como se pudéssemos pagar um preço a Deus pela Sua misericórdia e pelo Seu amor. Julgam Deus segundo os padrões humanos segundo os quais nós só teríamos direito àquilo por que fazemos e pelo que nos esforçamos. Não compreendem que Deus ama as pessoas gratuitamente, porque elas são parte da Sua criação.

Outra razão pela qual Deus dá o Seu amor gratuitamente está implícita no Evangelho. Quando Jesus nos ensina a chamar a Deus “Pai nosso”, está claramente implícito que nos tornámos filhos de Deus. Os bons pais amam os seus filhos, não por causa dos seus feitos, mas simplesmente porque são seus filhos. É um amor dado gratuitamente. Deus ama-nos da mesma forma. Somos mais do que criaturas de Deus, somos Seus filhos e Ele ama-nos gratuitamente pelo que somos. O Pai de Jesus é também nosso Pai, porque somos um com Jesus, parte do Seu corpo, do Seu corpo místico que é a Igreja.

07 outubro 2025

dia 7 - outubro missionário 2025

 

Terça-feira, 7 de Outubro de 2025

XXVII Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

Virgem santa Maria do Rosário – MO

Jn 3, 1-10; Sl 129; Lc 10, 38-42

 

Embora as boas intenções possam, por vezes, levar uma pessoa a uma actividade excessiva e até a um zelo desorientado, as Escrituras defendem a importância da actividade humana e das boas obras como essenciais para a salvação. Para interpretar as leituras de hoje, é necessário ter em mente este equilíbrio saudável, reconhecendo que cada um de nós, simultaneamente, é Marta e Maria, Jonas e os ninivitas. Cada uma destas pessoas torna-se um símbolo para nós.

Jonas era um homem de acção, nem sempre agia de forma correcta, mas era certamente decidido e eficaz. Como vimos no episódio anterior, quando lhe foi ordenado que fosse a Nínive pregar o arrependimento, agiu prontamente, mas de forma errada. É essencial aprofundar as leituras para compreender melhor a situação. No Livro de Jonas, o arrependimento não se reduz simplesmente aos actos rituais de «cobrir-se de saco e sentar-se sobre a cinza». A todas as pessoas era pedido que se afastassem «do seu mau caminho», um conceito central nesta narrativa de conversão. Era necessária uma acção tanto ritual como moral.

No Evangelho, não nos surpreendemos com as palavras que Jesus dirige a Marta: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.» Verdadeiramente, Jesus dirige-se à “Maria” que devia existir em Marta e em cada pessoa. Não é bom sermos tão activos ao ponto de nos tornarmos “inquietos e preocupados”. Por isso, precisamos sempre de ser chamados à visão secreta e interior da nossa vida. Uma hora de contemplação por dia dá alma e coração às outras vinte e três horas do nosso trabalho como missionários da esperança entre todos os povos.

A profecia de Jonas chama-nos a reformar a nossa vida e a invocar o Senhor em espírito de oração. A «melhor parte», também chamada «a única necessária», não diminui em nada a outra parte, mas torna o nosso trabalho cheio de espírito e de alma, de direcção e de sabedoria, de amor e de ternura. Cada um de nós precisa de ser ao mesmo tempo Marta e Maria.

 

06 outubro 2025

Dia 6 - outubro missionário 2025

 

Segunda-feira, 6 de Outubro de 2025[1]

XXVII Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

Jn 1, 1–2,1.11; Jn 2, 3-5.8; Lc 10, 25-37

 

O Livro de Jonas, no Antigo Testamento, tal como a Parábola do Bom Samaritano, contam histórias que nos ensinam coisas interessantes. Não é importante saber que tipo de peixe engoliu Jonas, ou se tal coisa é possível, tal como não precisamos de nos preocupar em saber o nome do samaritano que parou na estrada para ajudar a pessoa em dificuldade. O sentido das duas histórias é semelhante.

Os ninivitas não eram judeus, como Jonas; não eram crentes. Jonas tinha sido incumbido pelo próprio Deus de pregar o arrependimento ao povo de Nínive. No entanto, Jonas tentou fugir a essa missão, pois temia que o povo aceitasse a sua mensagem e recebesse a misericórdia de Deus. A sua intenção era impedir que o povo se arrependesse. Ele queria que Deus se limitasse aos judeus e, sobretudo, não queria que Deus mostrasse qualquer favor aos ninivitas, que eram inimigos dos judeus.

Jonas representa a atitude dos judeus que não podiam suportar a ideia de Deus favorecer os infiéis. Mais ainda: ele representa todos aqueles que têm preconceitos contra os outros e querem restringir o acesso à religião a um pequeno grupo de pessoas. No Evangelho de hoje, Jesus dá-nos o exemplo do samaritano que se fez próximo do seu inimigo natural, um judeu, e o ajudou na sua fragilidade.

A lição é muito clara: Jesus quis mostrar que ninguém pode ser excluído do nosso amor. Como peregrinos da esperança entre todos os povos, estamos todos em viagem de Jerusalém para Jericó. Ao longo do caminho, fomos roubados da nossa amizade com Deus por causa do pecado e acabámos na berma da estrada, despojados, espancados e quase mortos. Foi Jesus que entrou na nossa vida com a Sua encarnação e passou pelo nosso caminho na Sua própria viagem. Jesus viu-nos e respondeu às nossas necessidades. Abraçou-nos, curou as nossas feridas e trouxe-nos para a estalagem, a Igreja. Deu a Sua vida por nós, e não apenas as duas moedas de prata de que fala a parábola. É isto que se entende quando afirmamos que Jesus é o nosso Salvador, o nosso pessoal Bom Samaritano.



[1] Os comentários de 6 a 10 de Outubro foram fornecidos pelo P. Isaac Ebo-Blay, Director Nacional das OMP-Gana, a quem agradecemos.

05 outubro 2025

Dia 5 - outubro missionário 2025

 

Domingo, 5 de Outubro de 2025

XXVII Domingo do Tempo Comum – Ano C

Santa Faustina Kowalska, Apóstola da Misericórdia – MO

Hab 1, 2-3; 2, 2-4; Sl 94; 2 Tm 1, 6-8.13-14; Lc 17, 5-10

 

Fico muito surpreendido com a confiança que os Apóstolos demonstram em Jesus em tantas ocasiões. O Senhor chama-os e, sem hesitar, eles abandonam tudo e põem-se a caminho. Depois, o Senhor envia-os pelo mundo e diz-lhes: «Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demónios...» (Mt 10, 8) e eles não ficam surpreendidos!

Talvez nos falte um pouco de fé. Jesus di-lo no Evangelho que é proclamado hoje: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda…». Sim, o Senhor está empenhado em fazer grandes coisas connosco e através de nós, mas temos de confiar n’Ele, como os Apóstolos e acreditar firmemente que Ele pode e vai realizar essas grandes e belas obras.

Nós, como os Apóstolos o fazem no Evangelho de hoje, podemos pedir ao Senhor: «Aumenta a nossa fé!» Ou como disse noutra ocasião o homem que Lhe pediu a cura do seu filho: «Acredito! Ajuda-me na minha falta de fé!» (Mc 9, 24).

Sim, o Senhor pede-nos coisas grandes, que muitas vezes ultrapassam as nossas capacidades, mas não nos deixa sozinhos, não nos abandona. Ele conhece a nossa pobreza e os nossos limites, e é por isso que vem ao nosso encontro. Porém, temos de acreditar que Ele pode fazê-lo e que tu e eu também podemos fazê-lo com Ele.

Jesus confia à Igreja uma tarefa enorme: ir por todo o mundo! Até aos confins da terra! A missão é uma aventura bela e impressionante, mas só pode ser levada a cabo confiando na graça de Deus.

O grande perigo e a grande tentação do missionário, do apóstolo, é confiar em si mesmo, colocar a esperança dos frutos nas próprias condições e nos próprios talentos, mas a salvação não está aí, mas em Cristo que nos dá tudo.

Por isso devemos pedir ao Senhor que faça de nós homens e mulheres de fé, de fé profunda. Assim, quando surgirem as dificuldades e as adversidades, que sem dúvida virão, poderemos continuar o caminho com esperança, optimismo e alegria.

São Paulo, no texto da Segunda Carta a Timóteo que hoje lemos na Santa Missa, diz-nos: «Não te envergonhes de dar testemunho de nosso Senhor. [...] Mas sofre comigo pelo Evangelho, confiando no poder de Deus.» Não tenhamos medo, mas reacendamos a nossa fé, o fogo da graça de Deus. Nada nem ninguém nos impedirá de levar a bom termo o que o Senhor nos confiou e, então, diremos, como nos ensina Jesus: «Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer» (Lc 17, 10).

04 outubro 2025

Dia 4 outubro missionário 2025

 

Sábado, 4 de Outubro de 2025

XXVI Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

S. Francisco de Assis – MO

Br 4, 5-12.27-29; Sl 68; Lc 10, 17-24

 

Que belo texto a liturgia para este Sábado nos oferece, que coincide com a festa de um grande santo: São Francisco de Assis. Confiamo-nos a ele e pedimos-lhe que faça deste dia uma nova oportunidade para amarmos a Deus.

«Felizes os olhos que vêem o que estais a ver!» O Senhor foi bom para connosco e permitiu-nos não só vê-l’O com os olhos da fé e ouvi-l’O no nosso coração, mas permitiu-nos também participar na Sua vida divina e tornar-nos Seus filhos!

Sabendo isto, tendo experimentado o amor de Deus, tendo consciência do que o Senhor fez por nós, poderíamos calar-nos? Não, longe disso. Deus deu-nos tudo isso para que possamos fazer com que muitos outros, através da nossa vida, da nossa palavra, do nosso testemunho, do nosso serviço, descubram o que o Senhor tem em mente para eles!

Esta é a razão de ser de um missionário, aquele que vai para terras distantes e que, como nós, descobre a grandeza da sua vocação missionária atravé da sua dedicação, nas nossas nações e comunidades... Queremos que todos encontrem Jesus! Para que todos sejam felizes (como gosta de dizer o Papa Francisco: “Todos, todos, todos...”), para que vejam a misericórdia do Pai e ouçam a voz do Bom Pastor.

Esta experiência levou Jesus a dirigir uma bela oração a Deus Pai: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos” (Lc 10, 21). Demos graças a Deus pelo dom da fé, da esperança (neste ano jubilar, dedicado em particular a sermos missionários da esperança) e do amor de Deus. Devemos unir-nos ao Senhor nesta oração e agradecer ao Pai por nos ter escolhido, por nos ter chamado e por nos ter dado a oportunidade de sermos apóstolos do Seu amor entre os nossos irmãos e irmãs.

Confiamo-nos a São Francisco de Assis, pedindo-lhe que nos ensine a viver com simplicidade e a apreciar todas as coisas belas que Deus nos deu.

 

03 outubro 2025

Dia 3 Outubro Missionário 2025

 

Sexta-feira, 3 de Outubro de 2025

XXVI Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

Br 1, 15-22; Sl 78; Lc 10, 13-16

 

Um missionário é uma testemunha, não um propagador de ideias bonitas ou brilhantes. Ele é uma testemunha de Cristo. Nós, como seguidores do Mestre, somos testemunhas do Seu amor e do Seu desejo de salvar toda a humanidade.

«É que nós não nos anunciamos a nós próprios, mas a Jesus Cristo, o Senhor» (2 Cor 4, 5) e Ele crucificado. Por isso, o Senhor pode dizer, sem exagero: «Quem vos escuta, escuta-Me a Mim.» Os missionários e nós nos nossos ambientes, queremos ser Suas testemunhas, mostrar o Seu rosto, como dizia o santo cardeal Newman: “Para que, quando me virem, não me vejam a mim, mas a Ti em mim.”

A vida dos missionários e de todos os santos é verdadeiramente bela! Com as suas palavras, os seus gestos, as suas preocupações, mostram-nos Deus, o Deus que os chamou, escolheu e enviou. E talvez o mais impressionante seja que aqueles que os vêem, aqueles que os escutam, aqueles que os acolhem, sabem que eles são tocados pelo amor de Deus.

Mas, por vezes, a gente não os escuta, fecha-lhes a porta do seu coração, ignora-os ou rejeita-os. É por isso que devemos rezar ao Senhor pelos missionários, para que sejam instrumentos fiéis do Evangelho de Cristo e para que sejam um verdadeiro reflexo do Deus que tem sede de Se dar aos homens. Devemos também rezar pelos povos aos quais os missionários são enviados, para que, como dizia o Papa São João Paulo II, escancarem os seus corações! Que eles abram as portas do seu coração ao Senhor! Um convite que é também para nós, como rezámos no verso de aclamação ao Evangelho: «Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações» (Sl 95, 7-8).

Jesus foi rejeitado. Não nos rejeitarão também a nós? Mas, essa possibilidade não deve desanimar-nos; pelo contrário, convida-nos a ser mais fiéis e a pedir ao Senhor que realize a Sua obra, apesar de nós!